A agropecuária brasileira gera um terço do produto interno bruto, representa um terço das exportações e emprega um terço da mão-de-obra no país. Desempenho que precisa estar em equilíbrio com a natureza: o Brasil tem hoje a segunda maior cobertura florestal original do mundo.
Estado que mais produz grãos no país, o Paraná tem bons exemplos de que preservação e desenvolvimento são compatíveis. Em Toledo, na região sudoeste, o agricultor Nelson Paludo mantém uma área de preservação permanente na propriedade onde planta soja, milho e trigo. O produtor rural ainda faz questão de seguir a cartilha do uso responsável da terra.
“A gente tem mata ciliar recomposta há um bom tempo; trabalhamos com plantio direto e rotação de culturas; a preservação de curvas de nível também, com cuidado para evitar erosão; sempre tentando minimizar o uso de agrotóxicos Acho que esse é um caminho que tem de ser trilhado com todos os agricultores”.
No município de Conselheiro Mairinck, Norte Pioneiro, parte dos mil alqueires da Fazenda Marimbondo é destinada ao turismo rural. Cavalgadas, pesca, trilhas, canoagem são algumas das atividades oferecidas aos hóspedes, que também visitam o local para observar criações de animais exóticos e muitas espécies de aves nativas.
A alternativa que a proprietária Evelyn Schuhaisen encontrou para preservar o meio ambiente também gera renda, além da pecuária de corte.
“O desenvolvimento sustentável até ajuda a ter mais lucro. É uma necessidade preservar a natureza e isso é essencial”.
Presidente da Comissão de Agricultura, o deputado federal Abelardo Lupion afirma que o produtor brasileiro conhece o meio ambiente como ninguém e, com apoio na pesquisa agropecuária, está habilitado a preservar a natureza.
“O Paraná é líder nas técnicas mais avançadas do mundo em preservação da natureza. O produtor rural é o maior amigo da terra.”
Lupion lembra que o Congresso Nacional trabalha na criação de um novo Código Florestal. Os limites entre a atividade agropecuária e a preservação da natureza devem ser definidos por critérios científicos, levando em conta as características de cada região.Cada microrregião o que precisa ser feito, como e onde. Vamos, sim, dar a proteção necessária ao meio ambiente para que o homem não seja prejudicado”.
Fernanda Rocha / Curitiba
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