Luiz Carlos da Silva, gestor do APL Sebrae/SC, e Ivo Grossl, coordenador empresarial do APL de Móveis de São Bento do Sul
Crédito: Marcelo Stammer
Temas inovadores no Seminário atraem atenção de profissionais da cadeira produtiva da madeira
O segundo dia do Seminário “Uso Sustentável da Madeira” teve início com a palestra de Paulo de Tarso, do departamento de Ciências Agrárias da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Ele falou sobre o “Uso Sustentável dos Recursos Naturais e a Gestão da Empresa Sustentável no Século XXI”. De acordo com o pesquisador, “a conservação, hoje, não é mais uma opção, mas uma obrigação. Sofremos pressão dos movimentos sociais, no entanto, não temos políticas agrárias florestais”, disse.
Para Tarso, as fortes pressões ambientais atuais acabam restringindo o direito de propriedade. E, a partir do momento que começamos a falar em sustentabilidade, houve uma mudança radical neste conceito: “Antigamente era o proprietário que mandava na sua área. Hoje, houve uma relativização, que muda de forma drástica esse direito, principalmente para quem trabalha na área florestal”.
Tarso explicou que o desenvolvimento sustentável visa crescimento econômico, equidade social e proteção ambiental. “No entanto, um negócio sustentável necessita da inclusão de pesquisa e desenvolvimento. E a sustentabilidade é a cereja do bolo dentro do seu negócio, pois ela agrega valor”, concluiu.
O segundo palestrante foi Marco Pupo Thiesen, do SENAI/PR, que abordou o tema das “Oportunidades no mercado de carbono”. De acordo com ele, “é preciso criar medidas para conter o aquecimento global, pois a cada hora 1500 hectares de florestas são derrubadas e 10 mil pessoas se somam a população mundial”.
No entanto, os países que mais emitem CO² são os países desenvolvidos. Os países membros do Protocolo de Kyoto precisam reduzir suas emissões em 5,2%, em relação ao ano de 1990. Já os países em desenvolvimento não se enquadram nesta obrigação. Assim, uma grande oportunidade para países em desenvolvimento, como o Brasil, é vender créditos de carbono para os países que assinaram o Protocolo.
CONSTRUÇÃO CIVIL - Outro tema abordado no Seminário foi o “Uso da Madeira na Construção Civil”. Euclésio Manoel Finatti, membro da Comissão Casa Inteligente, do Conselho Setorial da Indústria de Base Florestal da FIEP, falou sobre o sistema Wood Frame. Ele ressaltou a importância do uso da madeira na construção civil e a necessidade do mercado inovar: “Estamos na onda da sustentabilidade. Por isso, a construção civil precisa mudar o seu jeito de fazer as coisas. As obras precisam contribuir para a redução das emissões de CO²”. “Além disso, a madeira é um material renovável”.
O sistema Wood Frame é utilizado em países como os Estados Unidos há mais de cem anos. Outros países, a exemplo da China e Indonésia, também vem adotando o modelo como forma de reduzir o déficit habitacional. As vantagens desse sistema de construção de casas de madeira, segundo o palestrante, estão na maior velocidade da construção, na redução dos resíduos e desperdícios, no controle da produção e da qualidade final. Uma residência utilizando esse sistema pode ficar pronta em apenas 11 semanas, sendo que o processo de montagem pode levar menos de um mês.
Complementando o assunto das construções em madeira, Daniel Araújo, do grupo Saint Gobain – Brasilit, ressaltou que a madeira é um produto renovável. Ele explicou que o sistema Wood Frame permite a construção de casas ou edifícios com até quatro pavimentos.
Finalizando as palestras da manhã, o pesquisador da FUPEF (Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná), Marcelo Lubas, abordou o tema: “Tecnologia de Produção e Mercado de Pastilha para Revestimentos e para o Mobiliário - Fabricadas com Sobras do Processamento da Madeira”. São pastilhas que possuem as mais diversas aplicações: construção civil, design de interiores e até mesmo para a fabricação de móveis.
Lubas fez o seguinte trocadilho: “A madeira não tem problemas ambientais, e sim vantagens ambientais. Por menos sustentável que a madeira possa ser, sempre será mais sustentável que os produtos não renováveis”, completou.
SUSTENTABILIDADE - Na parte da tarde, a primeira palestra foi da arquiteta Rebeca Kuperstein, da Ser Sustentável - Gerenciamento de Projetos. Rebeca falou das diversas aplicações do bambu no artesanato, indústria moveleira, produção de pisos e painéis, e na construção de habitações.
O bambu é uma matéria-prima barata, renovável e de multiuso. “Há ainda espécies de bambu que fazem a fitorremediação (tratamento) do solo. O bambu também é um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), ou seja, é um dos mecanismos de flexibilização criado pelo Protocolo de Kyoto para auxiliar no processo de redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) ou de captura de carbono”, explicou Rebeca.
Encerrando o ciclo de palestras, Luiz Carlos da Silva, gestor da APL de Móveis do Planalto Norte Catarinense, falou sobre o Projeto Biomóvel, que consiste em produtos ecologicamente corretos, fabricados com madeira ou painéis de madeira provenientes de reflorestamento ou de manejo florestal, entre outros requisitos. O selo Biomóvel é inédito e exclusivo no Brasil, e obedece regras da legislação européia. Ivo Grossi, coordenador empresarial da APL, ressaltou ainda que para as empresas conquistarem o selo elas precisam respeitar as leis trabalhistas e de segurança do trabalho, e obedecer todas as demais normas florestais.
Crédito: Marcelo Stammer
Temas inovadores no Seminário atraem atenção de profissionais da cadeira produtiva da madeira
O segundo dia do Seminário “Uso Sustentável da Madeira” teve início com a palestra de Paulo de Tarso, do departamento de Ciências Agrárias da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Ele falou sobre o “Uso Sustentável dos Recursos Naturais e a Gestão da Empresa Sustentável no Século XXI”. De acordo com o pesquisador, “a conservação, hoje, não é mais uma opção, mas uma obrigação. Sofremos pressão dos movimentos sociais, no entanto, não temos políticas agrárias florestais”, disse.
Para Tarso, as fortes pressões ambientais atuais acabam restringindo o direito de propriedade. E, a partir do momento que começamos a falar em sustentabilidade, houve uma mudança radical neste conceito: “Antigamente era o proprietário que mandava na sua área. Hoje, houve uma relativização, que muda de forma drástica esse direito, principalmente para quem trabalha na área florestal”.
Tarso explicou que o desenvolvimento sustentável visa crescimento econômico, equidade social e proteção ambiental. “No entanto, um negócio sustentável necessita da inclusão de pesquisa e desenvolvimento. E a sustentabilidade é a cereja do bolo dentro do seu negócio, pois ela agrega valor”, concluiu.
O segundo palestrante foi Marco Pupo Thiesen, do SENAI/PR, que abordou o tema das “Oportunidades no mercado de carbono”. De acordo com ele, “é preciso criar medidas para conter o aquecimento global, pois a cada hora 1500 hectares de florestas são derrubadas e 10 mil pessoas se somam a população mundial”.
No entanto, os países que mais emitem CO² são os países desenvolvidos. Os países membros do Protocolo de Kyoto precisam reduzir suas emissões em 5,2%, em relação ao ano de 1990. Já os países em desenvolvimento não se enquadram nesta obrigação. Assim, uma grande oportunidade para países em desenvolvimento, como o Brasil, é vender créditos de carbono para os países que assinaram o Protocolo.
CONSTRUÇÃO CIVIL - Outro tema abordado no Seminário foi o “Uso da Madeira na Construção Civil”. Euclésio Manoel Finatti, membro da Comissão Casa Inteligente, do Conselho Setorial da Indústria de Base Florestal da FIEP, falou sobre o sistema Wood Frame. Ele ressaltou a importância do uso da madeira na construção civil e a necessidade do mercado inovar: “Estamos na onda da sustentabilidade. Por isso, a construção civil precisa mudar o seu jeito de fazer as coisas. As obras precisam contribuir para a redução das emissões de CO²”. “Além disso, a madeira é um material renovável”.
O sistema Wood Frame é utilizado em países como os Estados Unidos há mais de cem anos. Outros países, a exemplo da China e Indonésia, também vem adotando o modelo como forma de reduzir o déficit habitacional. As vantagens desse sistema de construção de casas de madeira, segundo o palestrante, estão na maior velocidade da construção, na redução dos resíduos e desperdícios, no controle da produção e da qualidade final. Uma residência utilizando esse sistema pode ficar pronta em apenas 11 semanas, sendo que o processo de montagem pode levar menos de um mês.
Complementando o assunto das construções em madeira, Daniel Araújo, do grupo Saint Gobain – Brasilit, ressaltou que a madeira é um produto renovável. Ele explicou que o sistema Wood Frame permite a construção de casas ou edifícios com até quatro pavimentos.
Finalizando as palestras da manhã, o pesquisador da FUPEF (Fundação de Pesquisas Florestais do Paraná), Marcelo Lubas, abordou o tema: “Tecnologia de Produção e Mercado de Pastilha para Revestimentos e para o Mobiliário - Fabricadas com Sobras do Processamento da Madeira”. São pastilhas que possuem as mais diversas aplicações: construção civil, design de interiores e até mesmo para a fabricação de móveis.
Lubas fez o seguinte trocadilho: “A madeira não tem problemas ambientais, e sim vantagens ambientais. Por menos sustentável que a madeira possa ser, sempre será mais sustentável que os produtos não renováveis”, completou.
SUSTENTABILIDADE - Na parte da tarde, a primeira palestra foi da arquiteta Rebeca Kuperstein, da Ser Sustentável - Gerenciamento de Projetos. Rebeca falou das diversas aplicações do bambu no artesanato, indústria moveleira, produção de pisos e painéis, e na construção de habitações.
O bambu é uma matéria-prima barata, renovável e de multiuso. “Há ainda espécies de bambu que fazem a fitorremediação (tratamento) do solo. O bambu também é um Mecanismo de Desenvolvimento Limpo (MDL), ou seja, é um dos mecanismos de flexibilização criado pelo Protocolo de Kyoto para auxiliar no processo de redução de emissões de Gases do Efeito Estufa (GEE) ou de captura de carbono”, explicou Rebeca.
Encerrando o ciclo de palestras, Luiz Carlos da Silva, gestor da APL de Móveis do Planalto Norte Catarinense, falou sobre o Projeto Biomóvel, que consiste em produtos ecologicamente corretos, fabricados com madeira ou painéis de madeira provenientes de reflorestamento ou de manejo florestal, entre outros requisitos. O selo Biomóvel é inédito e exclusivo no Brasil, e obedece regras da legislação européia. Ivo Grossi, coordenador empresarial da APL, ressaltou ainda que para as empresas conquistarem o selo elas precisam respeitar as leis trabalhistas e de segurança do trabalho, e obedecer todas as demais normas florestais.
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