quinta-feira, março 17, 2011

Moradores de Antonina reclamam da falta de informação das autoridades

Moradores de Antonina, no litoral do Paraná, reclamam que não conseguem mais entrar nas casas atingidas pelas chuvas (Foto: Vinícius Sgarbe)

Por recomendação da Defesa Civil, nesta quarta-feira (16), a Polícia Militar bloqueou completamente a entrada de moradores no bairro Graciosa, em Antonina, no litoral do Paraná. Até esta terça-feira (15) era possível entrar a pé. Soldados fazem a vigilância e só veículos oficiais e um micro-ônibus estão autorizados a passar.

A decisão veio de estudos produzidos por técnicos da Mineropar (Minerais do Paraná), com o auxílio de um grupo especializado da Universidade Federal do Paraná, informa o coordenador estadual da Defesa, coronel Adilson Castilho. A atividade humana “poderia causar vibrações no morro” que ameaça desabar, explica o 1º sargento Maurício Oliveira. Mas a questão do fechamento não é exclusivamente geológica.

Nesta manhã, em uma rua do bairro condenado, jovens jogavam futebol. Policiais tiveram de intervir. “Ainda se eles viessem sozinhos, fossem até suas casas e depois voltassem, tudo bem, mas eles vêm com toda a família”, completa Oliveira. Um soldado informou que algumas famílias estavam se instalando nas residências (o bairro foi desocupado às pressas no fim da semana passada).

Segundo a PM, nas últimas 24 horas um homem foi preso e um adolescente foi apreendido, ambos por furto. Eles se aproveitavam das condições do bairro para entrar nas casas. O primeiro era foragido da polícia. Eles foram levados para a Delegacia de Antonina. Um terceiro foragido (cumpria pena por roubo) é procurado.
Já quem mora no bairro Portinho, precisa de um micro-ônibus para chegar até as casas (Foto: Vinícius Sgarbe)

O motorista Everton Dério Meira, de 29 anos, reclama de não poder entrar. Entre as razões, está a necessidade de alimentar um cachorro e “a falta de informação. Ninguém explica o que está acontecendo. Nós somos trabalhadores e pais de família”.

“Todos os dias a gente vê helicópteros voando em cima do morro. Sabemos que eles [os técnicos] estão trabalhando, que entendem mais do que nós, mas o resultado dessas vistorias o povo tinha que saber”, sugere a professora Marilda Nunes, de 56 anos.

O bairro Portinho não está desocupado, mas isolado, porque o acesso se dá pelo bairro Graciosa. Um microônibus faz o trajeto, levando moradores.

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