Moradores de Antonina, no litoral do Paraná, reclamam que não conseguem mais entrar nas casas atingidas pelas chuvas (Foto: Vinícius Sgarbe)
Por recomendação da Defesa Civil, nesta quarta-feira (16), a Polícia Militar bloqueou completamente a entrada de moradores no bairro Graciosa, em Antonina, no litoral do Paraná. Até esta terça-feira (15) era possível entrar a pé. Soldados fazem a vigilância e só veículos oficiais e um micro-ônibus estão autorizados a passar.
A decisão veio de estudos produzidos por técnicos da Mineropar (Minerais do Paraná), com o auxílio de um grupo especializado da Universidade Federal do Paraná, informa o coordenador estadual da Defesa, coronel Adilson Castilho. A atividade humana “poderia causar vibrações no morro” que ameaça desabar, explica o 1º sargento Maurício Oliveira. Mas a questão do fechamento não é exclusivamente geológica.
Nesta manhã, em uma rua do bairro condenado, jovens jogavam futebol. Policiais tiveram de intervir. “Ainda se eles viessem sozinhos, fossem até suas casas e depois voltassem, tudo bem, mas eles vêm com toda a família”, completa Oliveira. Um soldado informou que algumas famílias estavam se instalando nas residências (o bairro foi desocupado às pressas no fim da semana passada).
Segundo a PM, nas últimas 24 horas um homem foi preso e um adolescente foi apreendido, ambos por furto. Eles se aproveitavam das condições do bairro para entrar nas casas. O primeiro era foragido da polícia. Eles foram levados para a Delegacia de Antonina. Um terceiro foragido (cumpria pena por roubo) é procurado.
Já quem mora no bairro Portinho, precisa de um micro-ônibus para chegar até as casas (Foto: Vinícius Sgarbe)
O motorista Everton Dério Meira, de 29 anos, reclama de não poder entrar. Entre as razões, está a necessidade de alimentar um cachorro e “a falta de informação. Ninguém explica o que está acontecendo. Nós somos trabalhadores e pais de família”.
“Todos os dias a gente vê helicópteros voando em cima do morro. Sabemos que eles [os técnicos] estão trabalhando, que entendem mais do que nós, mas o resultado dessas vistorias o povo tinha que saber”, sugere a professora Marilda Nunes, de 56 anos.
O bairro Portinho não está desocupado, mas isolado, porque o acesso se dá pelo bairro Graciosa. Um microônibus faz o trajeto, levando moradores.
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