A polícia considera elucidado o caso do assassinato de Paloma Santos Agostinho, 16, e o sequestro do filho recém nascido da adolescente. Os dois delegados que estão à frente das investigações consideram Eva Cássia Ferrarezi Zeglan como a culpada pelo crime e afirmam que a acusada confessou ter matado Paloma com objetivo de ficar com o filho dela. Eva foi presa em Foz do Iguaçu na tarde de quarta-feira (30) tentando fugir para o Paraguai e nesta quinta-feira foi apresentada no 1º Distrito Policial em Curitiba.
“Nós levantamos alguns indícios e formamos uma versão do crime. Mesmo sem saber que já tínhamos estes indícios do crime, a confissão de Eva bateu exatamente com o quadro que tínhamos formulado. Ela afirmou que estrangulou Paloma após dois dias rodando com a garota dentro do carro. Além disso, ela já tinha morado nas proximidades onde o corpo foi encontrado, portanto, conhecia bem o local”, disse o delegado Gil Tesseroli da Delegacia de São José dos Pinhais.
Ainda de acordo com a polícia, Eva confessou que agiu sozinha e descartou a possibilidade de ter recebido auxílio de outras pessoas. “O assassinato aconteceu depois que as duas se desentenderam. Após uma briga, Eva contou que usou um pano para estrangular Paloma. Um pedaço de tecido com sangue foi encontrado no carro dela, alem da certidão de nascimento da criança e vários outros pertences da vítima e do bebê”, afirmou Tesseroli.
Seis meses de sondagem
Os policiais informaram que com as provas levantadas e a confissão de Eva, o Ministério Público do Paraná já tem recursos suficientes para abrir um processo contra ela, que deve responder por sequestro e homicídio. O delegado de Lucio Lugli, chefe da Delegacia de Guaratuba, cidade onde Paloma morava, deu mais detalhes sobre a convivência entre Eva e a vítima. “Ela morava nos fundos da casa da mãe de Jeferson de Góes, companheiro de Paloma e pai da criança. Eva conheceu a garota quando ela já estava grávida há cerca de seis meses atrás, desde então sempre demonstrou muito interesse pela criança”, relatou Lugli.
De acordo com o delegado de Guaratuba, mesmo sendo uma família humilde, Jeferson e Paloma tinham uma vida tranquila e um bom relacionamento. “Foi o próprio marido que começou a suspeitar de Eva. Ele ajudou muito nosso trabalho com seu depoimento. Depois de levantarmos os endereços da acusada passamos a procurá-la. Acredito que os parentes a avisaram que estava sendo procurada pela polícia e foi então que ele empreendeu fuga para o Paraguai”, disse Lugli.
Antes de fugir para o interior, Eva teria voltado com a criança sequestarda para Guaratuba e levado o bebê num centro espírita. No meio do caminho, intimidade pela possibilidade de ser presa com a criança, prova sumária do crime, Eva abandonou o recém nascido em frente a uma igreja em Guaraniaçu, região de Guarapuava, com um bilhete onde afirmava ter comprado a criança por R$ 1,5 mil. O filho de Paloma está em poder do Conselho Tutelar de Guaraniaçu. Jeferson deve viajar até lá acompanhado de conselheiros tutelares de Guaratuba para buscar a criança e trazê-la de volta ao convívio familiar.
O crime
Paloma saiu de casa na última quinta-feira (24) com seu filho recém nascido para fazer o teste do pezinho em uma unidade de saúde de Guaratuba. Ela foi acompanhada da mãe de Jeferson, seu companheiro e pai da criança, e de uma vizinha da família. Depois de fazer os exames, ela foi vista pela ultima vez nas proximidades de casa, numa zona afastada do centro de Guaratuba. O corpo foi encontrado somente três dias depois numa estrada rural de São José dos Pinhais. Paloma tinha marcas de asfixia causada por um fio de grossa espessura. O bebê havia sumido e então foram iniciadas as buscas. O pai dela, Marcelo Agostinho e o marido com quem vivia a cerca de três anos foram ouvidos na delegacia de São José dos Pinhais nesta última terça-feira (29).
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