Livro importado que foi rasgado por aluna em que a professora Elvira emprestou para ser tirado cópias
Texto publicado na edição da última sexta-feira (24/09/2010) no Jornal Correio do Povo do Paraná de 24/09 a 28/09
Ano 19. Edição 1133.
Utilizo este espaço para colocar minha indignação e dor perante a nossa realidade como educadora nas escolas públicas do Paraná, ou talvez em várias cidades do nosso Estado. Não contendo mais a minha revolta de tudo que estamos passando e como não temos ninguém por nós professores que não sabendo a quem apelar, eu como professora me coloco perante a justiça social e à própria sociedade pedindo auxílio, opiniões ou medidas (talvez qual medida?) dignas de defender ou se colocando do lado do educador tão humilhado por todos.
Por um lado os pais que não colaboram com a educação dos filhos, estes muitos adolescentes, sabendo todos os direitos que têm, abusam gritando, ofendendo com palavras de baixo calão e de diversas outras maneiras o seu mestre em sala-de-aula, de chegar ao ponto de que o aluno(a) rasgue o livro de propriedade do professor que emprestou para que tirasse cópias para fazer os exercícios, e ainda debochadamente diz que não teve culpa e que “paga”, sem a mínima consideração de pedir desculpas humildemente.
Tem valores que dinheiro não paga o valor de um livro, a exemplo deste fato uma peça única comprada no exterior, pois é para ensino de língua estrangeira e de difícil aquisição. Sou professora de espanhol com anos de profundos estudos; trabalho com dignidade e coerência dentro de uma boa filosofia de vida.
Com meus 24 anos de magistério vejo que cada vez mais os jovens, principalmente adolescentes estão atrevidos, extremamente mal educados que vão as escolas simplesmente porque os pais os obrigam, sem nenhuma orientação. Hoje os valores de respeito e dignidade simplesmente desapareceram para muitos pais e consequentemente reflete nos filhos.
Quando nós educadores exigimos respeito, responsabilidade e humildade dos alunos recebemos em troca palavras ásperas com berros e eles chegam em suas casas e distorcem as situações aos seus pais, o que causa constrangimento, revolta e sofrimento aos pais e professores. Muitos desses adolescentes que sabe que pela lei não lhes passará punições, se tornam mentirosos e agressivos. Os conselhos dos pais que são preocupados com a educação de seus filhos e dos professores não lhes entram na cabeça.
Aqui vai meus questionamentos: O que fazer? Ignorar a tudo e consequentemente colaborar involuntariamente com a delinqüência infantil? Que futuro daremos aos nossos filhos e netos? Ou talvez procurar outra profissão e que o papel de educador fica para os robôs num futuro não tão distante, já que a tecnologia se expande a cada dia... Ou sejamos comandados pelos burocratas e deixar tudo a mercê do consentimento dos pais acomodados e de filhos sem educação?
É assim que vamos formar cidadãos conscientes ou futuros delinqüentes? Questiono além dos pais e colegas professores, os governantes, os promotores, juízes e toda a sociedade civil organizada íntegra e descente.
Profa. Elvira Benitez Silva – Professora há 24 anos da Rede Pública de Ensino em Laranjeiras do Sul
Texto publicado na edição da última sexta-feira (24/09/2010) no Jornal Correio do Povo do Paraná de 24/09 a 28/09
Ano 19. Edição 1133.
Utilizo este espaço para colocar minha indignação e dor perante a nossa realidade como educadora nas escolas públicas do Paraná, ou talvez em várias cidades do nosso Estado. Não contendo mais a minha revolta de tudo que estamos passando e como não temos ninguém por nós professores que não sabendo a quem apelar, eu como professora me coloco perante a justiça social e à própria sociedade pedindo auxílio, opiniões ou medidas (talvez qual medida?) dignas de defender ou se colocando do lado do educador tão humilhado por todos.
Por um lado os pais que não colaboram com a educação dos filhos, estes muitos adolescentes, sabendo todos os direitos que têm, abusam gritando, ofendendo com palavras de baixo calão e de diversas outras maneiras o seu mestre em sala-de-aula, de chegar ao ponto de que o aluno(a) rasgue o livro de propriedade do professor que emprestou para que tirasse cópias para fazer os exercícios, e ainda debochadamente diz que não teve culpa e que “paga”, sem a mínima consideração de pedir desculpas humildemente.
Tem valores que dinheiro não paga o valor de um livro, a exemplo deste fato uma peça única comprada no exterior, pois é para ensino de língua estrangeira e de difícil aquisição. Sou professora de espanhol com anos de profundos estudos; trabalho com dignidade e coerência dentro de uma boa filosofia de vida.
Com meus 24 anos de magistério vejo que cada vez mais os jovens, principalmente adolescentes estão atrevidos, extremamente mal educados que vão as escolas simplesmente porque os pais os obrigam, sem nenhuma orientação. Hoje os valores de respeito e dignidade simplesmente desapareceram para muitos pais e consequentemente reflete nos filhos.
Quando nós educadores exigimos respeito, responsabilidade e humildade dos alunos recebemos em troca palavras ásperas com berros e eles chegam em suas casas e distorcem as situações aos seus pais, o que causa constrangimento, revolta e sofrimento aos pais e professores. Muitos desses adolescentes que sabe que pela lei não lhes passará punições, se tornam mentirosos e agressivos. Os conselhos dos pais que são preocupados com a educação de seus filhos e dos professores não lhes entram na cabeça.
Aqui vai meus questionamentos: O que fazer? Ignorar a tudo e consequentemente colaborar involuntariamente com a delinqüência infantil? Que futuro daremos aos nossos filhos e netos? Ou talvez procurar outra profissão e que o papel de educador fica para os robôs num futuro não tão distante, já que a tecnologia se expande a cada dia... Ou sejamos comandados pelos burocratas e deixar tudo a mercê do consentimento dos pais acomodados e de filhos sem educação?
É assim que vamos formar cidadãos conscientes ou futuros delinqüentes? Questiono além dos pais e colegas professores, os governantes, os promotores, juízes e toda a sociedade civil organizada íntegra e descente.
Profa. Elvira Benitez Silva – Professora há 24 anos da Rede Pública de Ensino em Laranjeiras do Sul
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