“Assista e julgue você mesmo.” É assim que o jornalista Ricardo Setti, colunista do site da revista Veja, apresenta um vídeo no qual resume o que chama de “melhores momentos”de Roberto Requião, ex-governador e agora candidato ao Senado no Paraná. O vídeo é acompanhado de um longo texto no qual Setti afirma: “Requião é fogo. Seu peculiaríssimo marketing mistura grosseria, barulheira e trombada, e fica difícil resumir para o leitor a quantidade de confusão que armou ao longo da carreira”.
Depois, o jornalista relata “algumas passagens da larga coleção de atitudes descabeladas do candidato do PMDB ao Senado pelo Paraná que não constam do vídeo”. Leia o texto na íntegra abaixo:
“Quando, anos atrás, o Congresso recebeu o projeto de lei sobre transgênicos do governo Lula – de quem Requião é aliado, imaginem se não fosse –, ele, instalado no Palácio Iguaçu, armou um confusão infernal ao proibir a circulação dentro do Paraná de caminhões carregados com soja sem rótulo de procedência. E foi em frente, mandando suspender os embarques do produto pelo porto de Paranaguá – sobrou até para a soja paraguaia destinada à exportação.
A SOJA VIRA QUESTÃO IDEOLÓGICA – Sem maiores preocupações com a legalidade (o assunto todo era de alçada federal), Requião conseguiu jogar mais gasolina na fogueira de um assunto de caráter técnico e comercial – as eventuais vantagens e desvantagens, para a saúde do consumidor, o meio ambiente e as contas públicas, de se produzir, consumir e exportar os chamados organismos geneticamente modificados. De forma delirante e equivocada, o esquentado governador transmutou o tema numa questão ideológica.
Nesse como em tantos outros casos, ele manteve seu padrão de atuação demagógica: proclamar aos quatro ventos, e outros mais se houvesse, sua “independência” e anti-“neoliberalismo”. No primeiro período como governador (1991-1995), viu-se acusado de dar cobertura a invasões de terras, negou-se a cumprir ordens judiciais e teve solicitada a intervenção federal no Paraná por ninguém menos que os diretores da Associação dos Magistrados.
PROPAGANDA FORJADA – Os problemas com a Justiça abrangeram a cassação de seu mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por crime eleitoral cometido durante a campanha de 1990, devido a um caso então célebre: sua propaganda forjou um motorista desempregado como suposto matador de aluguel a serviço do candidato adversário. Substituído durante uma semana pelo vice, acabou voltando ao cargo porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – coisas do velho Brasil – encontrou um erro técnico no processo.
HUMILHANDO TESTEMUNHAS – Deixou o cargo antes do fim do mandato para se candidatar ao Senado, onde se celebrizou como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos precatórios, que investigou a emissão de títulos públicos emitidos ilegalmente por vários estados e municípios. O relator Requião deixou um rastro de insultos e humilhações impostos a depoentes, inclusive testemunhas, e, entregues as conclusões ao Ministério Público, praticamente ninguém de alguma importância terminou punido.
OLHOS FECHADOS PARA BADERNA DOS SEM-TERRA – Inimigo feroz de privatizações, ao voltar pelo voto ao Iguaçu nas eleições de 2002 decretou com espalhafato, logo no início do mandato, a intervenção estadual nas rodovias sob concessão, enquanto baderneiros do MST, sob complacência da polícia, ocupavam e depredavam postos de pedágio. Acabou recuando, mas dedicou boa parte daquele mandato e do próximo – seria reeleito em 2006 – a derrubar uma por uma as medidas adotadas por seu antecessor, Jaime Lerner (então no PFL), que tivessem a ver com privatizações ou, de uma ou outra forma, cheirassem a “capitalismo”.
“IREI AO SEU ENTERRO!”, “LADRÃO!” – Na terreno especificamente político, Requião também surfa no estardalhaço. Secretário de Estado do governador Álvaro Dias, que o elegeu sucessor em 1990, tornou-se inimigo mortal do mentor, contra quem, em 2002, disputou o governo fazendo uma campanha abundante em acusações impublicáveis.
Num famoso bate-boca com o prefeito de Curitiba à época, Cássio Taniguchi, do ex-PFL, proclamou, aos brados:
– Irei ao seu enterro! Irei ao seu enterro!
Dias atrás, mantendo a fama, Requião chamou publicamente de “ladrão”seu sucessor e ex-companheiro de chapa, o atual governador Orlando Pessutti. E anda às turras com um companheiro de aliança, o senador Osmar Dias (PDT), candidato ao governo do Paraná.
AMIGO/INIMIGO DE QUÉRCIA E LULA – Em sua primeira gestão, em meio às eternas desavenças internas do PMDB, instituiu um “disque-Quércia” para recolher denúncias de roubalheira contra o ex-governador paulista Orestes Quércia – para, durante os anos FHC (1995-2003), unir-se a Quércia contra o comando do partido, que estava ao lado do presidente.
Apoiou Lula em 2002, para rapidamente passar a falar mal de auxiliares do presidente e a criticar sua política econômica, tentou este ano ser candidato do PMDB a presidente – contra Lula – e agora, na geléia geral em que a política brasileira se transformou, é um dos candidatos de Lula ao Senado.”
Depois, o jornalista relata “algumas passagens da larga coleção de atitudes descabeladas do candidato do PMDB ao Senado pelo Paraná que não constam do vídeo”. Leia o texto na íntegra abaixo:
“Quando, anos atrás, o Congresso recebeu o projeto de lei sobre transgênicos do governo Lula – de quem Requião é aliado, imaginem se não fosse –, ele, instalado no Palácio Iguaçu, armou um confusão infernal ao proibir a circulação dentro do Paraná de caminhões carregados com soja sem rótulo de procedência. E foi em frente, mandando suspender os embarques do produto pelo porto de Paranaguá – sobrou até para a soja paraguaia destinada à exportação.
A SOJA VIRA QUESTÃO IDEOLÓGICA – Sem maiores preocupações com a legalidade (o assunto todo era de alçada federal), Requião conseguiu jogar mais gasolina na fogueira de um assunto de caráter técnico e comercial – as eventuais vantagens e desvantagens, para a saúde do consumidor, o meio ambiente e as contas públicas, de se produzir, consumir e exportar os chamados organismos geneticamente modificados. De forma delirante e equivocada, o esquentado governador transmutou o tema numa questão ideológica.
Nesse como em tantos outros casos, ele manteve seu padrão de atuação demagógica: proclamar aos quatro ventos, e outros mais se houvesse, sua “independência” e anti-“neoliberalismo”. No primeiro período como governador (1991-1995), viu-se acusado de dar cobertura a invasões de terras, negou-se a cumprir ordens judiciais e teve solicitada a intervenção federal no Paraná por ninguém menos que os diretores da Associação dos Magistrados.
PROPAGANDA FORJADA – Os problemas com a Justiça abrangeram a cassação de seu mandato pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) por crime eleitoral cometido durante a campanha de 1990, devido a um caso então célebre: sua propaganda forjou um motorista desempregado como suposto matador de aluguel a serviço do candidato adversário. Substituído durante uma semana pelo vice, acabou voltando ao cargo porque o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – coisas do velho Brasil – encontrou um erro técnico no processo.
HUMILHANDO TESTEMUNHAS – Deixou o cargo antes do fim do mandato para se candidatar ao Senado, onde se celebrizou como relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos precatórios, que investigou a emissão de títulos públicos emitidos ilegalmente por vários estados e municípios. O relator Requião deixou um rastro de insultos e humilhações impostos a depoentes, inclusive testemunhas, e, entregues as conclusões ao Ministério Público, praticamente ninguém de alguma importância terminou punido.
OLHOS FECHADOS PARA BADERNA DOS SEM-TERRA – Inimigo feroz de privatizações, ao voltar pelo voto ao Iguaçu nas eleições de 2002 decretou com espalhafato, logo no início do mandato, a intervenção estadual nas rodovias sob concessão, enquanto baderneiros do MST, sob complacência da polícia, ocupavam e depredavam postos de pedágio. Acabou recuando, mas dedicou boa parte daquele mandato e do próximo – seria reeleito em 2006 – a derrubar uma por uma as medidas adotadas por seu antecessor, Jaime Lerner (então no PFL), que tivessem a ver com privatizações ou, de uma ou outra forma, cheirassem a “capitalismo”.
“IREI AO SEU ENTERRO!”, “LADRÃO!” – Na terreno especificamente político, Requião também surfa no estardalhaço. Secretário de Estado do governador Álvaro Dias, que o elegeu sucessor em 1990, tornou-se inimigo mortal do mentor, contra quem, em 2002, disputou o governo fazendo uma campanha abundante em acusações impublicáveis.
Num famoso bate-boca com o prefeito de Curitiba à época, Cássio Taniguchi, do ex-PFL, proclamou, aos brados:
– Irei ao seu enterro! Irei ao seu enterro!
Dias atrás, mantendo a fama, Requião chamou publicamente de “ladrão”seu sucessor e ex-companheiro de chapa, o atual governador Orlando Pessutti. E anda às turras com um companheiro de aliança, o senador Osmar Dias (PDT), candidato ao governo do Paraná.
AMIGO/INIMIGO DE QUÉRCIA E LULA – Em sua primeira gestão, em meio às eternas desavenças internas do PMDB, instituiu um “disque-Quércia” para recolher denúncias de roubalheira contra o ex-governador paulista Orestes Quércia – para, durante os anos FHC (1995-2003), unir-se a Quércia contra o comando do partido, que estava ao lado do presidente.
Apoiou Lula em 2002, para rapidamente passar a falar mal de auxiliares do presidente e a criticar sua política econômica, tentou este ano ser candidato do PMDB a presidente – contra Lula – e agora, na geléia geral em que a política brasileira se transformou, é um dos candidatos de Lula ao Senado.”
Comentários
estaria quebrado será que voces conseguem
dormir.