sexta-feira, novembro 20, 2015

Projeto do novo piso do magistério ameaça inviabilizar financeiramente municípios, adverte AMP‏



O presidente da AMP (Associação dos Municípios do Paraná) e prefeito de Assis Chateaubriand, Marcel Micheletto, adverte que se, o Projeto de Lei do Senado nº. 114/2015 (estabelece novo valor para o Piso Salarial Nacional do Magistério) for aprovado, poderá inviabilizar financeiramente os municípios.

O problema é que o projeto não propõe um mecanismo adequado para a atualização do piso. O novo valor proposto é de R$ 2.743,65 para os professores com formação em nível médio, a ser atingido em 3 anos - um aumento acumulado de 43% em relação ao piso de 2015, de R$ 1.917,78.

Nos primeiros cinco anos da vigência, o projeto prevê um complemento financeiro da União para o pagamento do piso equivalente a 5% da arrecadação das loterias administradas pela Caixa Econômica Federal.

Ocorre que, após esse período, o ajuste do piso voltaria a ser o mecanismo previsto no artigo 4º da Lei nº 11.738/2008: o investimento de no máximo 10% dos recursos destinados pela União ao Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação).

É um percentual bem abaixo do investimento real das prefeituras com o Fundeb. Para o pagamento dos profissionais da educação, os municípios do Paraná utilizaram 82,4% dos recursos do Fundo em 2014. Em 2015, projetam a utilização de 87,8%.

"Na prática, isto significa que as prefeituras enfrentam dificuldades cada vez maiores para pagar o piso e comprometem cada vez mais suas receitas do Fundeb com este benefício. Por isso, o projeto proposto pelo Senado é totalmente incompatível com a evolução de receitas das prefeituras”, adverte Micheletto.

Correção pelo INPC

Para resolver o problema, a Associação dos Municípios do Paraná e as demais entidades municipalistas defendem a aprovação do Projeto de Lei nº. 3.776/08, que altera a data-base de reajuste do piso para maio e prevê a correção pela INPC. Com isso, a estimativa de crescimento para 2016 seria de 9,9%, valor menor que o proposto.

O presidente da AMP esclarece que é amplamente favorável ao aumento do piso e ao pagamento de valores justos para os professores. Ressalta, porém, que a definição de um valor precisa considerar a realidade econômico-financeira das prefeituras. "Os professores merecem todo o nosso respeito, mas o conjunto dos moradores das nossas cidades também. O ideal é acharmos uma fórmula que garanta o pagamento de um piso salarial justo sem prejudicar ninguém”, avalia.

Assessoria de Comunicação da AMP

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