Foto legenda Nereu Moura: “Quem sabe não é a solução para a cura deste mal que atinge tantas pessoas” Foto: Ronildo Pimentel |
O Paraná demonstrou nesta terça-feira (24) interesse no desenvolvimento e liberação do uso da Fosfoetanomalina, sem a necessidade de medida judicial. A pílula do câncer, como ficou conhecida a substância pela suposta capacidade de destruir tumores malignos, centralizou as discussões da audiência pública convocada pela Comissão de Saúde da Assembleia Legislativa, atendendo pedido do deputado Nereu Moura, líder da bancada do PMDB.
A Fosfoetanomalina Sintética foi descoberta há mais de 20 anos nos laboratórios do Instituto de Química da Universidade de São Paulo (USP), de São Carlos, por uma equipe de pesquisadores liderada pelo professor Gilberto Orivaldo Chierice. Desde então, seu desenvolvimento ficou restrito aos laboratórios da USP, e barrado pela falta de interesse da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que autoriza a produção de novos medicamentos.
Mesmo sem a autorização, muitos pacientes passaram a usar à substância, amparados em medidas judiciais e em relatos de sucesso no tratamento contra tumores malignos. “Como tantas pessoas já tiveram acesso a esta substância mesmo não tendo sido aprovada? Será que isto não é reflexo de um governo lento nos estudos?”, indagou Nereu Moura.
Na avaliação do deputado, a audiência foi muito importante no sentido de cobrar das autoridades o desenvolvimento dos estudos necessários para verificar a eficácia da substância. “Quem sabe não é a solução para a cura deste mal que atinge tantas pessoas? A nossa sociedade tem que acabar com este conservadorismo”, ressaltou o parlamentar peemedebista.
A farmacêutica Deise Regina Sprada Pontarolli, do Departamento de Assistência Farmacêutica do Estado, fez um relato das dificuldades na produção da substância, sem a autorização da Anvisa. O médico Paulo Wagner Linhares representou o Conselho Regional de Medicina (CRM), na audiência pública. É importante que os pacientes com câncer saibam que a classe médica está do lado deles. “Mas temos que saber tudo sobre o produto, antes de passarmos a receitar”, disse.
O deputado Chico Brasileiro levantou questões relacionadas à falta de interesse no desenvolvimento da substância. “Não tenho dúvida que existe interesse econômico barrando estes estudos. Por que não avançou? Nem os laboratórios públicos fizeram testes clínicos”, ressaltou.
O presidente da Comissão, Doutor Batista, informou que o secretário estadual de Saúde, Michele Caputo, se colocou à disposição da Assembleia Legislativa para buscar as alternativas possíveis. Participaram ainda da audiência os deputados Alexandre Guimarães, Tercilio Turini, Márcio Pacheco, Guto Silva, Evandro Araújo e Nelson Luersen.
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