O prefeito de São Miguel do Iguaçu, Cláudio Dutra, foi preso preventivamente em uma operação do Ministério Público do Paraná e da Divisão de Combate à Corrupção que apura fraudes de mais de R$ 8,6 milhões em licitações no município.
Conforme a Polícia Civil, além do mandado de prisão contra o prefeito, estão sendo cumpridos 12 mandados de busca e apreensão contra um grupo suspeito fraudar diversos processos licitatórios. Um dos alvos é o secretário municipal de Administração, Valdecir Lago.
De acordo com a promotoria, os mandados são cumpridos na prefeitura, na casa e na chácara do prefeito e também na casa do secretário.
A assessoria de comunicação da prefeitura ainda não se manifestou sobre a ação.
O prefeito foi levado para a sede do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) em Foz do Iguaçu.
Investigação
De acordo com a Polícia Civil, as ordens de prisão e de busca e apreensão foram autorizadas pelo Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR).
O MP-PR afirma que há suspeitas, indícios, de que o prefeito de São Miguel do Iguaçu coordenava a organização criminosa, indicando quais pessoas e empresas seriam beneficiadas no esquema.
As irregularidades eram cometidas por meio de dispensa de licitação ou por fraude no procedimento licitatório. Os promotores suspeitam ainda que Cláudio Dutra coordenava a divisão de valores recebidos indevidamente, dizia a porcentagem que cada envolvido no esquema receberia.
O esquema funcionaria desde fevereiro de 2013 e, ainda conforme o MP-PR, as empresas investigadas venceram diversas licitações para trabalhar com o transporte escolar. Com o sobrepreço de serviços se constatou prejuízo de R$ 8.646.176,42 aos cofres públicos.
A Polícia Civil detalhou que foram identificadas irregularidades na cobrança de quilometragem não rodada, direcionamento do procedimento, utilização de 'laranjas' na constituição de empresas e pagamento de propinas para servidores públicos e políticos.
"Rota Oculta"
Antes do cumprimento do mandados desta quarta, a Divisão Estadual de Combate à Corrupção já havia cumprido mandados de prisão e de busca contra suspeitos envolvidos em irregularidades na contratação de empresa para realizar o transporte escolar no município.
Essas ordens foram cumpridas em duas fases da operação "Rota Oculta", deflagrada em setembro de 2018. À época, foram 18 mandados de busca e apreensão cumpridos e seis presos.
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