Josianne Ritz, Bem Paraná
A senadora Gleisi Hoffmann (PT) questionou o senador Roberto Requião (PMDB) sobre o motivo de ele aceitar o acúmulo de salário de senador e aposentadoria especial de governador. Como senador, ele ganha R$ 26.700 e a aposentadoria lhe rende cerca de R$ 30 mil. Requião disse que agora precisa do salário “extra” para pagar ações de danos morais , mas não deixou por menos e questionou Gleisi sobre um suposto acordo salarial que ela fez quando saiu da diretoria da Itaipu Binacional.
“Eu recusei por 16 anos a aposentadoria de ex-governador. Mas nos últimos tempos recebi muitas condenações por danos morais de bandidos que tenho denunciado que preciso do dinheiro. Aceitar essa aposentadoria é uma legítima defesa para minha família. Se não, teria que vender minha casa”, afirmou o senador. Sua declaração de bens na Justiça Eleitoral consta que ele possui quase R$ 1,2 milhão em bens.
“Fala do jeito que quer, e perde nas sentenças judiciais. Fazer o povo do Paraná pagar pelo o que o senhor diz não parece certo. É preciso coerência, afinal o senhor votar contra salários extra para juízes e não dispensa o seu”, alfinetou Gleisi. A candidata, no entanto, não respondeu as acusações de Requião sobre a verba que teria recebido na Itaipu.
Em 29 de março de 2006, ela foi “exonerada” do cargo da diretoria financeira de Itaipu Binacional. Só que a ministra saiu da função na época porque quis: ela saiu candidata ao Senado naquele ano. Com o acordo, ela recebeu, além de férias proporcionais, entre outros, os 40% de indenização sobre o saldo do FGTS, além de poder sacar o próprio FGTS. Na época, a assessoria da ministério da Casa Civil confirmou a multa de 40% relativa ao FGTS no valor de R$ 41.829,79 e o saque do fundo, o que teria rendido no total cerca de R$ 150 mil. A exoneração de Itaipu foi publicada no Diário Oficial da União no dia 29 de março de 2006.
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