Dentre os réus, estão Éder Conte e a suposta namorada dele, a miss Suzimara Steff. Depoimentos fazem parte das audiências de instrução do processo
As audiências de instrução começaram na semana passada e ocorrem na 9ª Vara Criminal, no bairro Santa Cândida, na capital. De acordo com a pauta desta segunda, os nove acusados prestariam depoimento. Até as 17h30, os réus ainda eram ouvidos pela Justiça.
As investigações da PF apontaram que a quadrilha movimentava 100 quilos de drogas a cada três meses no Paraná, chegando a gerar um lucro anual de R$ 6 milhões ao grupo criminoso. Os entorpecentes eram negociados pelo próprio Conde em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul. A droga era trazida ao Paraná de carro e de ônibus e, no estado, era distribuída a outros traficantes e a usuários. A quadrilha chegava a pagar R$ 250 mil por cada carregamento de tóxicos.
Duas pessoas que transportavam drogas para Conde chegaram a ser presas pela PF e apontaram-no como proprietário do produto. A polícia também conseguiu comprovante de compras de entorpecentes e monitoramento de viagens de Conde a Ponta Porã para negociar pessoalmente a compra dos carregamentos.
A PF localizou ainda uma casa, no bairro Cidade Industrial de Curitiba que funcionava como “quartel-general” da quadrilha. Em paredes ocas da casa, foram encontrados fuzis e 15 tijolos de cocaína.
Operação
Como os réus são considerados de alta periculosidade, uma operação severa foi articulada para transportar os acusados da sede da PF às audiências. As equipes são compostas por cinco viaturas e por 15 homens, entre agentes da PF e do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), que está auxiliando, inclusive, na custódia dos réus durante as audiências.
As seções são abertas ao público, mas por questões de segurança, um número restrito de pessoas pode acompanhar os depoimentos. Nesta segunda, os réus permaneciam em uma sala isolada e eram levados, um por um, à sala de audiência, quando prestariam depoimento. Durante todo o trabalho, eles permaneciam sob escola da PF e do Depen. “Como são presos muito perigosos e com perspectivas de permanecer muitos anos, eles não têm nada a perder. Por isso, todo esse cuidado”, explica o responsável pela comunicação da PF, Marcos Koren.
Os sete homens acusados de integrar a quadrilha – incluindo Conde – estavam custodiados na Penitenciária Federal de Catanduvas e foram trazidos a Curitiba na semana passada pelo Departamento Penitenciário Nacional (Depen). As duas mulheres – entre elas, Suzimara Steff – estão detidas no Centro de Triagem I, na capital.
Na semana passada, foram ouvidas testemunhas de acusação e de defesa. O primeiro a depor foi o delegado da PF, Wagner Mesquista, responsável pelas investigações que terminaram com a prisão do grupo. Em quatro horas de depoimento, ele deu detalhes sobre as diligências e detalhou as provas que já foram apresentadas à Justiça. “Foi uma audiência produtiva, em que demonstramos a consistência das acusações e das provas, que são muito fortes contra todo o grupo”, disse o delegado.
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