O secretário da Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) de Turvo (município localizado na região central do Paraná), Mauro Ferreira de Abreu, foi preso ontem acusado de desviar recursos da instituição. O valor desviado ainda está sendo apurado.
Segundo a investigação inicial feita pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público de Guarapuava, entre as diversas irregularidades cometidas, Abreu desviava recursos do Sistema Único de Saúde (SUS) se passando por técnico, comprava e revendia materiais de informática, falsificava holerites e notas fiscais, se apossava de materiais doados pela Receita Federal e até de dinheiro do salário de funcionários.
Os valores desviados eram utilizados por Abreu e por sua família no comércio da cidade, em churrascarias, em obras em sua casa e até em academias de ginástica.
Em uma das ações irregulares, Abreu desviou dinheiro de um recurso de R$ 17 mil que seria destinado para fazer uma pintura na sede da Apae de Turvo. Há também suspeitas de superfaturamento de mão de obra na Apae.
"Essa mão de obra seria para reformas que nunca foram feitas. Ele ‘esquentava" as notas fiscais dizendo que era de combustível, alimentação, mas não se deu conta de que sabíamos que a prefeitura é quem dispõe isso para a Apae", contou o delegado Ítalo Biancardi Neto, do Gaeco.
A investigação começou quando a população desconfiou e fez denúncias. "Ele tinha um salário de cerca de R$ 900, mas seu padrão de vida não condizia com o que ele ganhava", comentou Neto.
Para o delegado, o ambiente em que ele atuava propiciou sua ação criminosa. "Ele estabeleceu poder em um ambiente vulnerável, com mulheres, e também com famílias vulneráveis ligadas à Apae. Até valores das funcionárias da Apae ele pegava, dizendo que seria para obras no local", comentou.
A reportagem de O Estado telefonou para a Apae de Turvo, mas foi informada por uma funcionária de que a instituição não vai se pronunciar por enquanto. A funcionária preferiu não se identificar.
Abreu terá que responder por peculato, lavagem de dinheiro e emprego irregular de verbas públicas. A quantidade de anos que ficará na cadeia pode variar, pois tudo vai depender da Justiça.
Somente o crime de peculato pode render de dois a 12 anos de prisão. O Gaeco também ainda está investigando por quanto tempo o acusado teria desviado dinheiro da instituição, mas suspeita-se que as ações ilícitas estavam sendo cometidas há cinco anos.
O delegado informou que há suspeitas de que a esposa de Abreu também está envolvida com os crimes. O acusado está preso na Subdivisão de Polícia de Guarapuava.
http://www.parana-online.com.br/editoria/policia/news/495974/?noticia=SECRETARIO+DA+APAE+DE+TURVO+E+PRESO - Mara Andrich
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