domingo, julho 17, 2011

Pessuti diz que "canetada" do Governador pode resolver a construção da 3ª pista do Afonso Pena, e porque ele não fez?

O Aeroporto Internacional de Curitiba, o Afonso Pena, situado em São José dos Pinhais, pode ter uma nova pista que poderia receber grandes aviões de carga e passageiros, o sonho de empresários e usuários está a uma assinatura do governador do Estado.

A história se arrasta a quase três décadas e teve a frente vários personagens, entre eles o empresário do setor de Transportes Valmor Weiss, que comandou grupos de trabalho que por exemplo obtiveram a construção do novo aeroporto na década de 1990 e que substituiu uma precária instalação para abrigar passageiros e aeronaves.

Durante os anos de 1980, centenas de reuniões e viagens foram realizadas movimentando autoridades de todos os escalões e de todos os governos para a construção do novo Terminal, que com o passar dos anos acabou ficando pequeno para abrigar passageiros e movimentar mercadorias.

Fase dois – Valmor Weis revela que uma convocação de Orlando Pessuti, ainda quando ocupava a vice-governadoria do Estado “prometia solucionar um dos maiores entraves que temos no que diz respeito ao transporte aéreo que é a ampliação das instalações do terminal e a construção de uma nova pista por onde poderiam chegar e partir aviões de carga maiores que os recebidos hoje”.

O empresário informou que muitos estudos foram feitos para se chegar as necessidades primárias como a indenização de uma área que seria utilizada para a construção da pista e que acabou se tornando um loteamento com 200 casas.

“Na verdade a muito tempo conseguimos em uma permuta o terreno para a obra. Como tudo ficou parado houve um outro acordo e o local teve outra utilização sem que soubéssemos. No final de 2009 o Pessuti nos convidou para formar um grupo que conseguisse viabilizar a retomada do projeto tendo em vista que em 2014 Curitiba será uma das Sedes da Copa do Mundo”.



Grupo - Um termo de cooperação Tecnica assinado em 5 de fevereiro de 2010 pelo ex-governador Orlando Pessuti, o ex-presidente da Infraero Murilo Marques Barbosa, o diretor de engenharia do órgão Jaime Henrique Parreira e o prefeito de São José dos Pinhais Ivan Rodrigues e tendo como testemunhas o ex-ministro do Planejamento Paulo Bernardo, o ex-senador Osmar Dias, o general da 5 Região Militar Ademar da Costa Machado Filho e o empresário Walmor Weiss, se estivesse sendo respeitado poderia facilitar e muito a vida de milhões de usuários do Aeroporto Afonso Pena nos próximos anos.

O documento previa a realização de estudos para obras de estrutura na unidade aeroportuária com a criação de uma terceira pista de pousos e decolagens.



Responsabilidades - Com a posse de Pessuti no mês de abril, o grupo ganhou mais fôlego e força e prosseguiu nos estudos para reaver o terreno onde seria construída a nova pista, fazendo medições e calculando os valores das indenizações a serem pagas que à época chegavam a R$ 80 milhões.

Envolvendo governo Federal, governo Estadual e prefeitura de São José dos Pinhais, foram estabelecidas responsabilidades. A Prefeitura ficaria encarregada de resolver a situação dos moradores e do acesso. O Infraero faria projetos e teria responsabilidade do Eia/Rima e estudos ambientais e faria a construção da Pista, o governo Federal disponibilizaria recursos na época de R$ 320 milhões para a obra e assim foi feito. “O Governo do Paraná ficaria responsável em desapropriar as 200 casas pagando as indenizações baseadas em estudos feitos pelo agrimensor da APPA João Sade e Germano Valença engenheiro da Secretaria dos Transportes. A ação seria feita com base em um decreto de utilidade pública. Com a minuta pronta poderiam ser utilizados recursos públicos para pagar as indenizações. Devido a Lei de Responsabilidade Fiscal o governador Pessuti não pode assinar o Decreto em seu mandato, no entanto deixou aberta uma Rubrica no Orçamento do Estado deste ano no valor de R$ 10 milhões com essa finalidade, o restante, R$ 70 milhões, seria suplementado pela atual administração, mas isso não foi feito e não sabemos porque” disse Weiss.

Documento na gaveta - Já na atual administração, Valmor Weis recebeu a informação de Beto Richa que a ação era de interesse do estado e que deveria ter continuidade. O secretario dos Transportes José Richa Filho, sobrevoou o local, mas não tomou nenhuma atitude para que as obras saíssem do papel.

“Tudo só vai andar quando o decreto de utilidade pública for assinado. Inexplicavelmente o documento continua engavetado. A pista não ficará concluída até a Copa do Mundo, mesmo que o governador assine o documento e retome o projeto de ampliação, se isso for feito haverá o atraso na conclusão mas futuramente o Paraná ganhará em qualidade de movimentação e avançará no setor de transportes, pois a obra fica para a posteridade” explicou.

Mudanças recentes - Recentemente anunciou-se que o Afonso Pena passará por mudanças no terminal de passageiros, terminal de cargas, construção de nove fingers, recapeamento da pista, sinalização ILS2 e estudos para o ILS3, além da implantação de uma nova tecnologia usando mapeamento por satélite.

O empenho do grupo formado pelo ex-governador Pessuti e que envolveu Associação Comercial do Paraná e Federações, Infraero e dezenas de pessoas das esferas municipal, estadual e federal foi responsável por boa parte destas conquistas.

Faltou o principal que é a construção da nova pista que poderá receber aeronaves de grande porte o que é importante para a economia do Estado e para seu desenvolvimento.

“É triste e dói na alma após 26 anos de trabalho a gente morrer na praia e não ver a ação concluída sabendo que basta apenas uma assinatura.” concluiu Valmor.

O ex-governador Orlando Pessuti comemorou as obras em andamento no Aeroporto como ampliação dos terminais e estacionamentos, mas lamentou que a construção da terceira pista nem tenha começado. “É lamentável que estejam paradas a tanto tempo. Em nosso período de governo nos empenhamos e muito para que tudo corresse da forma correta e que pudéssemos entregar mais essa “Herança Bendita” ao Paraná. O que não pode ocorrer é fazer meia obra. O principal que é a nova pista não está na lista de prioridades e isso deve ser revisto” afirmou Pessuti.

O ex-governador foi informado no último dia sete de julho em Lisboa pelo Dr. Luiz Mor, presidente da Tap Linhas Aéreas que a companhia não mantém vôos desde a capital portuguesa com destino a Curitiba, devido a falta da terceira pista, que teria condições de receber as grandes aeronaves com capacidade para percorrer distâncias intercontinentais.

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