A possibilidade de tombamento de parte da Área de Preservação Ambiental (APA) da Escarpa Devoniana em patrimônio natural do Paraná foi discutida nessa semana por representantes da Secretaria de Estado da Cultura (SEC), prefeitos e empresários, juntamente com os deputados estaduais Plauto Miró Guimarães (DEM) e Luiz Cláudio Romanelli (PMDB).
A APA, criada em 1992, tem 392 mil hectares e se espalha por 13 municípios, segundo mapa elaborado pelo Instituto Ambiental do Paraná (IAP), através do plano de manejo da APA criado em 2004, mas que ainda não concluído. A tarefa cabe ao conselho gestor instalado em 2013 e que debate o tema com os municípios.
As discussões sobre o tombamento é mais uma preocupação principalmente para os agricultores que temem que a ação da SEC, prejudique as famílias que dependem dessa atividade. Para o secretário municipal de Agricultura de Ponta Grossa, Gustavo Ribas Netto, “a preocupação em preservar a área é de todos, mas a proposta não pode inviabilizar economicamente os municípios”.
O deputado Plauto também destaca a importância de preservar a área que abriga uma grande quantidade de animais e plantas, além de ser um espaço para estudos geológicos e arqueológicos. Mas, para ele, “primeiro é necessário definir o plano de manejo da APA para então garantir, além da preservação, o uso do solo de forma consciente. Só depois devemos pensar no tombamento”.
A coordenação do Patrimônio Cultural argumenta que o tombamento atingiria uma área menor que a proposta pelo IAP. Mesmo assim, o prefeito de Balsa Nova, Luiz Cláudio Costa, pede que a discussão seja ampliada. A razão disso é que 71,30% do território do município estão dentro da APA (veja quadro). Como já existe um comprometimento em relação à área de preservação, ter mais uma parte intocável pelo patrimônio deixaria a cidade numa situação delicada. Por isso o deputado Plauto garante que “o debate será levado à exaustão para que injustiças não sejam cometidas.”
Símbolo dos Campos Gerais
A Escarpa Devoniana é uma formação geológica de 400 milhões de anos e é considerada uma espécie de degrau que separa o Primeiro do Segundo Planalto paranaense. Toda a extensão reúne uma complexa bacia hidrográfica com uma série de vales, cânions, cavernas, florestas de araucárias e áreas de campos que abriga fauna e flora ricas. Segue da região leste em direção ao norte do Paraná e é considerada uma formação singular.
Áreas municipais inseridas na APA da Escarpa Devoniana
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CIDADE
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ÁREA INCLUSA
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Lapa
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11,23%
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Balsa Nova
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71,30%
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Porto Amazonas
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9,76%
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Palmeira
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7,36%
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Campo Largo
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10,42%
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Ponta Grossa
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21,64%
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Carambeí
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36,89%
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Castro
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3,19%
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Tibagi
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27,93%
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Piraí do Sul
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47,85%
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Arapoti
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2,04%
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Jaguariaíva
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53,54%
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Sengés
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21,22%
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Fonte: IAP
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Assessoria de Comunicação
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