Se continuarem sendo ignorados em suas posições sobre as eleições em Curitiba, os deputados estaduais do PMDB irão se integrar ao bloco de apoio ao governo sem nenhum tipo de remorso. O recado já foi enviado ao manda-chuva do partido em Curitiba, o senador Roberto Requião (PMDB), que deve ser eleito presidente do partido na capital na convenção do dia 17 de julho.
Embora a maioria dos doze deputados tenha domicílio eleitoral no interior, todos concordam que a eleição em Curitiba é define o futuro do partido em todo o estado. " Curitiba é a janela do futuro para o PMDB. Não se poder ver o diretório municipal isolado do conjunto. Se os deputados não são levados em consideração, cada um vai procurar a sua conveniência", disse o líder da bancada do PMDB, Caito Quintana.
As dificuldades impostas à entrada de Gustavo Fruet (PSDB) no partido, mesmo depois do sinal verde que teria sido dado por Requião, em Brasília, durante reunião na semana passada, estão preocupando a bancada. "Com essas declarações que desconsideram os deputados não posso garantir que vai dar para segurar a bancada no segundo semestre", disse Quintana.
O mal estar com a bancada começou quando, apesar de Requião ter dito que retirava o veto à filiação de Gustavo, seus aliados, o ex-prefeito Rafael Greca e o presidente do PMDB de Curitiba, Doático Santos, passaram a bombardear a possibilidade de o tucano voltar ao partido.
Pré-candidato do partido em Curitiba, lançado por Requião, Greca se recusa a conversar com Gustavo e, da mesma forma que Doático, também não atende aos telefonemas de Quintana. "Nós queríamos conversar, mas faz dois dias que eu tento, mas não consigo falar com nenhum dos dois ao telefone", relatou Quintana.
Metade da bancada já estava pronta para se aliar ao PSDB na Assembleia Legislativa antes mesmo da discussão sobre a sucessão em Curitiba. Na semana passada, durante a votação da criação das Secretarias de Infraestrutura e da Família e Desenvolvimento Social, batizadas de supersecretarias devido à concentração de recursos e poderes, a bancada havia decidido pela abstenção em plenário. No final, apenas um peemedebista entre os presentes, Nereu Moura, fez o que estava combinado. Os demais votaram a favor do projeto.
"Foi um descrédito para nós porque dos doze deputados, dez tinham concordado com a abstenção duas horas antes. O PMDB perdeu uma grande oportunidade de mostrar a importância do partido na Assembleia", disse Quintana.
No segundo semestre, a bancada vai decidir se entra no bloco de apoio ou assume o papel de oposição. "A candidatura a prefeito na capital vai ter peso nessa decisão", disse Quintana.
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