O estilo formal, calculado, avesso a indisposições e polêmicas sempre marcou a personalidade do vice-presidente Michel Temer (PMDB). No passado, tais características foram alvo de críticas, às vezes jocosas. Antonio Carlos Magalhães, para fustigá-lo, o comparava à figura de um "mordomo de velório". As informações são da Folha de S. Paulo.
Hoje, os aliados dizem que é exatamente esse comportamento que credencia o peemedebista como opção à presidente Dilma Rousseff (PT).
"Ele se diferencia dela em tudo o que passou a incomodar as pessoas. Ouve mais do que fala, não é dado a rompantes e incorpora a formalidade. Ser o avesso da Dilma se tornou um ativo", avaliou um colaborador.
O vice-presidente, porém, não flerta publicamente com a tese do afastamento precoce da petista e, mesmo em privado, trata do assunto com cautela. Neste momento, avaliam aliados, ele se posiciona para ser reconhecido como o fiel da governabilidade.
Pessoas próximas ao peemedebista afirmam que ele "não vai para a briga" nem vai "trabalhar para aumentar a instabilidade".
Recentemente, desautorizou cobranças públicas do amigo e ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) para abandonar a articulação política do governo, gesto que fragilizaria as já debilitadas relações com o Congresso.
À Folha Geddel disse que a atribuição de negociar cargos "apequenava" a figura do vice-presidente e que ele deveria deixar o posto. A interlocutores, Temer disse que não faria nenhum movimento drástico: "Cheguei onde cheguei sendo desse jeito. Não vou mudar".
Mesmo integrantes da oposição dizem que o vice de fato tem se empenhado para impedir derrotas e conter ânimos no Congresso. Sua missão maior é aprovar os pontos centrais do ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda).
A empreitada os aproximou. Levy despacha mais com Temer do que com a presidente Dilma.
Nesta semana, em conversas com investidores nos Estados Unidos, o vice defendeu o ajuste fiscal, elogiou o ministro da Fazenda –que anda sob ataque de alas do PT– e disse que o manteria no cargo se fosse eleito presidente. Em seguida, reconheceu que sua sigla pode romper com a petista para disputar o Planalto em 2018.
CAMINHOS
A fala causou reações no governo e na oposição, que viram pela primeira vez um deslize do vice.
"Ou foi ato falho ou foi produto da pressão que ele vem sofrendo", disse o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN). "Quem tem posição peremptória não cai em ilação e não se arrisca a falar sobre rompimento futuro."
A ideia de ser visto como conspirador irrita Temer. O vice rechaça o rótulo, diz ter papel institucional e atuar para preservar relações com todos os campos políticos.
Um dos congressistas que estiveram com Temer às vésperas de ele embarcar para os Estados Unidos disse ter saído da conversa convencido de que ele não criará armadilhas para Dilma, "mas isso não significa que ele não pense em um futuro sem ela".
A avaliação é que o vice está colocando as peças no tabuleiro. Se for preciso, terá caminhos para pedir o apoio de todos, do PT ao PSDB.
Hoje, os aliados dizem que é exatamente esse comportamento que credencia o peemedebista como opção à presidente Dilma Rousseff (PT).
"Ele se diferencia dela em tudo o que passou a incomodar as pessoas. Ouve mais do que fala, não é dado a rompantes e incorpora a formalidade. Ser o avesso da Dilma se tornou um ativo", avaliou um colaborador.
O vice-presidente, porém, não flerta publicamente com a tese do afastamento precoce da petista e, mesmo em privado, trata do assunto com cautela. Neste momento, avaliam aliados, ele se posiciona para ser reconhecido como o fiel da governabilidade.
Pessoas próximas ao peemedebista afirmam que ele "não vai para a briga" nem vai "trabalhar para aumentar a instabilidade".
Recentemente, desautorizou cobranças públicas do amigo e ex-ministro Geddel Vieira Lima (PMDB) para abandonar a articulação política do governo, gesto que fragilizaria as já debilitadas relações com o Congresso.
À Folha Geddel disse que a atribuição de negociar cargos "apequenava" a figura do vice-presidente e que ele deveria deixar o posto. A interlocutores, Temer disse que não faria nenhum movimento drástico: "Cheguei onde cheguei sendo desse jeito. Não vou mudar".
Mesmo integrantes da oposição dizem que o vice de fato tem se empenhado para impedir derrotas e conter ânimos no Congresso. Sua missão maior é aprovar os pontos centrais do ajuste fiscal proposto pelo ministro Joaquim Levy (Fazenda).
A empreitada os aproximou. Levy despacha mais com Temer do que com a presidente Dilma.
Nesta semana, em conversas com investidores nos Estados Unidos, o vice defendeu o ajuste fiscal, elogiou o ministro da Fazenda –que anda sob ataque de alas do PT– e disse que o manteria no cargo se fosse eleito presidente. Em seguida, reconheceu que sua sigla pode romper com a petista para disputar o Planalto em 2018.
CAMINHOS
A fala causou reações no governo e na oposição, que viram pela primeira vez um deslize do vice.
"Ou foi ato falho ou foi produto da pressão que ele vem sofrendo", disse o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN). "Quem tem posição peremptória não cai em ilação e não se arrisca a falar sobre rompimento futuro."
A ideia de ser visto como conspirador irrita Temer. O vice rechaça o rótulo, diz ter papel institucional e atuar para preservar relações com todos os campos políticos.
Um dos congressistas que estiveram com Temer às vésperas de ele embarcar para os Estados Unidos disse ter saído da conversa convencido de que ele não criará armadilhas para Dilma, "mas isso não significa que ele não pense em um futuro sem ela".
A avaliação é que o vice está colocando as peças no tabuleiro. Se for preciso, terá caminhos para pedir o apoio de todos, do PT ao PSDB.
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