Quedas do Iguaçu:Trabalhadores fizeram manifesto pelo emprego e não as invasões de terras

Numa manifestação pacifica que contou com o apoio de empresas e o comércio que fechou as portas em solidariedade a empresa Araupel

Milhares de trabalhadores ligados à empresa Araupel, colaboradores e comunidade, marcharam pelas ruas de Quedas do Iguaçu, na tarde de sexta-feira (30), em apoio à empresa Araupel. O novo acampamento de trabalhadores rurais sem-terra, organizado pelo Movimento dos Trabalhadores Sem-Terra (MST), na cidade de Rio Bonito do Iguaçu, com ameaças de invasões de novas áreas de terra da empresa, pode inviabilizar a continuidade da produção de madeiras e a manutenção de cerca de 1.050 empregos diretos e outros 500 indiretos. A marcha caminhou até a Praça São Pedro, onde milhares de pessoas já aguardavam os trabalhadores, em apoio ao manifesto. O gerente Administrativo e Financeiro da Araupel, Tarso Giacomet disse aos presentes que invadir área produtiva um crime inaceitável, que cabe aos representantes legais garantir a ordem e o direito. “Após 18 anos da invasão da 1ª área da empresa, nós estávamos nos reestruturando e fazendo novos investimentos.

Já contribuímos de forma significativa para reforma agrária deste país”, Observou Tarso. Ressaltando que o progresso de Quedas do Iguaçu está integrado às ações sociais e ambientais da empresa, que além de ceder áreas para reforma agrária, também contribui fortemente nas áreas social, educacional, ambiental e econômica do município, por intermédio de projetos e de doações.

Quedas pode mais

O presidente da Cooperativa de Caminhoneiros (Constranpel), Olair Simione, que prestam serviço para empresa com 37 caminhões cooperados, lamentou que a população e os trabalhadores tenham que conviver sobre a tensão de novas invasões. Já o presidente do Sindicato Madeireiro (STMMQI), Claudir dos Santos, disse ser inaceitável que trabalhador tenha que fazer manifestação para garantir seus empregos. “Se precisar fechar as rodovias para garantir nossos empregos nós iremos. Os governantes precisam fazer cumprir as leis e dar paz aos trabalhadores”, chamou atenção o sindicalista. O vereador Vilmar Santos falou em nome do Legislativo municipal, salientando que a Câmara votou uma Moção de apoio a empresa, que não é contra o assentamento, é contra novas invasões em áreas da empresa Araupel. O evento contou com a presença de vários meios de comunicação do Estado, como redes de televisão, emissoras de rádios, jornais e portais de notícias eletrônicos. O prefeito Edson Prado “Jacaré”, não esteve presente no manifesto, segundo sua assessoria o mesmo foi chamado à Brasília, acompanhado dos vereadores Claudemir Torrente e Silvano Ribeiro, ambos do Partido dos Trabalhadores (PT), para uma audiência com o presidente do Incra, Carlos Guedes.   

O potencial Araupel

 A empresa Araupel foi fundada na década de 1970, 100% brasileira, sendo uma das maiores dos setores de reflorestamento e beneficiamento de produtos de alto padrão em madeira, exportando para os Estados Unidos e Europa. Contribui significativamente na economia dos municípios de Quedas do Iguaçu, Espigão Alto do Iguaçu, Nova Laranjeiras, Três Barras do Paraná, Ibema e Rio Bonito do Iguaçu. Onde injeta cerca de R$ 50 milhões/ano em salários, que representa 50% da movimentação financeira no comércio de Quedas do Iguaçu. Dos 100% de áreas de terras que a empresa possuía no passado, atualmente o setor de produção industrial atua somente com 30% de área, toda reflorestada e de reserva legal com matas nativas. Os outros 70%, foram destinados à reforma agrária, onde está implantado o maior assentamento da América Latina, com 2,7 mil famílias, que estão assentadas em 51.290 hectares de terra.

CREDITO. João Muniz