quinta-feira, janeiro 05, 2012

Foz do Iguaçu: Fronteira continua aberta para a aftosa sem desinfecção de caminhões

Arcoduto não foi abastecido com líquido para desinfecção de caminhões que atravessam a Ponte da Amizade

Fronteira aberta....

Dois dias depois de o Paraguai ter confirmado novo caso de aftosa em seu rebanho bovino, a desinfecção de veículos ori­undos do país vizinho ainda não tinha sido iniciada até ontem à tarde em Foz do Iguaçu. A medida chegou a ser anunciada como prioritária pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e pela Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab).

Os agentes sanitários federais que atuam em Foz disseram aguardar orientação da Seab para iniciar os trabalhos. A desinfecção foi suspensa em 19 de novembro do ano passado, dois meses após a confirmação de um foco que exigiu o sacrifício de 820 bovinos paraguaios. Para o Mapa, a situação estava sob controle.

Os equipamentos de pulverização e desinfecção continuam montados na Ponte da Amizade, mas estão parados, entre eles um arcolúvio (instrumento com sensor usado para desinfetar caminhões), um rodolúvio (tanque com água e desinfetante para lavagem dos pneus dos veículos) e bombas manuais para esterilização dos carros.

A iminência da entrada do vírus da febre aftosa no Brasil preocupa os pecuaristas da Região Oeste do Paraná. O presidente do Sindicato Rural de São Miguel do Iguaçu, José Carlos Colombari, disse que a doença afetaria toda uma cadeia produtiva de bovinos e suínos. O Paraná quer se tornar área livre da aftosa sem vacinação em 2013.

“Qualquer anormalidade é prejudicial para a região, que tem uma suinocultura muito forte. Desde 2005, quando houve suspeita de aftosa, o Paraná não conseguiu retornar as suas exportações de carnes para alguns países”, afirmou.

Em novembro do ano passado, o Paraná vacinou 97% de seu rebanho bovino de 9,3 milhões de cabeças contra a aftosa, segundo estimativa da Seab. Os dois casos de aftosa confirmados pelo Paraguai ocorreram a cerca de 230 quilômetros de Foz, na região do distrito de San Pedro. Somente ontem o Serviço Nacional de Qualidade e Saúde Animal do Paraguai notificou os pecuaristas do país que as exportações de carne com origem nesse distrito foram suspensas pelo Brasil.

Defesa - Seab pede colaboração

A desinfecção dos veículos que entram no Brasil por Foz do Iguaçu deve começar nesta quinta-feira, conforme o secretário da Agricultura do Paraná, Norberto Ortigara. Depois de reunião com representantes do Ministério da Agricultura, do Exército e do setor produtivo, realizada em Curitiba, ele disse que a vigilância vai funcionar 24 horas por dia num sistema de trabalho integrado.

O secretário afirmou que a população pode colaborar para proteger a saúde do rebanho bovino. Sua orientação é que ninguém traga alimentos de origem animal do Paraguai sem inspeção oficial. Na fronteira, a desinfecção é seletiva, para “caminhões, caminhonetes ou veículos com sinais de presença em propriedades rurais”, disse Ortigara.

O Exército deverá manter 16 militares em Foz – oito para o dia e oito para a noite. A Polícia Militar e a Polícia Federal também devem ser acionadas, como forma de fortalecer a vigilância na fronteira com a Argentina.

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