terça-feira, setembro 27, 2022

Escola do MST no Paraná é selecionada em premiação nacional


 Por Comunicação e Cultura MST PR

Da Página do MST

A  Escola do Campo Cândida Oliveira Luz, localizada no acampamento Porto Pinheiro, em Porto Barreiro, região centro do Paraná, se tornou finalista no 6º Prêmio Territórios Tomie Ohtake Escolas Premiadas. A escola ficou entre os dez melhores projetos de inovações pedagógicas em nível de Brasil, sendo que este foi um projeto que abrangeu diversas escolas.

O projeto indicação para premiação vai trabalhar dentro da concepção de Educação do Campo do MST, em que a escola não é apenas um trabalho de sala de aula, ela vai além dos muros imaginários que separam a escola da vida e que abrangem os saberes e conhecimentos da comunidade, então isso também é objeto de estudo. 

“Para nós, só o fato de uma Escola do Campo, uma escola multisseriada, uma escola velha de madeira que muitas pessoas olham e falam ‘como é que vocês conseguem trabalhar aí dentro?’. Estar entre os dez melhores projetos do Brasil já é motivo de orgulho. Então nos consideramos vitoriosos pelo fato de estarmos selecionados entre os dez melhores projetos”, comentou René Rigon, professor na escola.

O projeto tem foco na exploração da fauna local e no resgate das histórias de vidas das famílias, colocando as famílias como sujeitos que constroem a comunidade. No dia 3 de outubro a escola irá receber três cineastas do Instituto Tomie Ohtake que irão fazer o documentário, com o objetivo de mostrar a escola, seu projeto e também a relação da escola com a vida em comunidade. Famílias Sem Terra irão evidenciar que além da educação de qualidade, o acesso à terra possibilita a construção de uma vida com dignidade, com moradia, renda e alimentação saudável na mesa.

O fechamento do projeto está marcado para o dia 17 de dezembro em São Paulo, em um evento em que esses documentários serão apresentados e de lá sairá a classificação de qual entre os dez projetos de inovações pedagógicas será o premiado.

A iniciativa foi idealizada e coordenada pelo Instituto Tomie Ohtake com patrocínio da Innova e do grupo GPS, em parceria com a Kapitalo Investimentos, em parceria técnica com o Centro de Referências em Educação Integral e Associação Cidade Escola Aprendiz e conta com apoio do Itaú Social e da Estácio.

História

O acampamento Porto Pinheiro, teve inicio no dia 01 de setembro de 1998, no dia 30, do mesmo mês, as famílias deram início às atividades escolares, organizando a Escola do Campo Cândia Oliveira Luz. Há 24 anos a Escola cuida da educação das crianças Sem Terrinhas acampadas, aplicando a proposta pedagógica defendida pelo MST.

“Sou Sem Terra raíz mesmo, faço parte da ocupação desde o começo e me tornei professor por necessidade, e dentro disso assumi as responsabilidades da educação. Com isso continuei meus estudos, fiz pedagogia na segunda turma da Unicentro [Universidade Estadual do Centro-Oeste do Paraná] em Laranjeiras do Sul, e posteriormente fiz Licenciatura em Educação no Campo no convênio do Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária (PRONERA). Então a história da escola, é uma história de resistência, então nós não temos um prédio físico adequado, nem um suporte do poder público, mas temos o apoio da comunidade para manter a escola!”, comentou René Rigon, professor na escola.


Para a escola resistir e continuar resistindo no campo, buscou mostrar o seu trabalho realizando inúmeros projetos para que conseguisse recursos para melhorar sua estrutura e também manter o trabalho dos professores com qualidade para as crianças. A escola tem uma concepção de que ela não é um meio de fazer dinheiro, nunca pediu lista de materiais, fez rifa ou vaquinha para se manter, mas sempre buscou parcerias e projetos, trabalhando com aquilo que tem, buscando construir um processo de educação. Com esses projetos a escola já conseguiu muita coisa, como o parque infantil, reforma da escola, rede de água e irrigação da horta, auxílio de banco para adquirir bens tecnológicos, brinquedos, acervos, jogos para educação física e livros de literatura infantil e infantojuvenil para dar suporte para a escola.

Embora, após 24 anos de ocupação a área ainda segue em disputa, e as famílias continuam resistindo e lutando pela efetivação do assentamento. Além de construir uma educação emancipadora para as crianças, as famílias produzem uma diversidade de alimentos para subsistência, geração de renda e também para partilhar nas ações de solidariedade do MST.

*Editado por Solange Engelmann


Fonte: https://mst.org.br/2022/09/22/escola-do-mst-no-parana-e-selecionada-em-premiacao-nacional/


Nenhum comentário:

É DESTAQUE !!

Um homem FERIDO A ARMA BRANCA em Laranjeiras do Sul

Um homem deu entrada no hospital de Laranjeiras do Sul na noite deste sábado (28) após ser vítima de uma agressão com arma branca, no Centro...

LARANJEIRAS DO SUL NO COMBATE A DENGUE

LARANJEIRAS DO SUL NO COMBATE A DENGUE