Após os professores da rede pública estadual entrarem em "estado de greve", o governo Beto Richa (PSDB) iniciou os estudos para enviar um novo projeto à Assembleia Legislativa (AL) do Paraná, revogando a lei relativa à reposição inflacionária da categoria. A justificativa é de que não haveria dinheiro em caixa para arcar as promoções e progressões e, ainda, com a reposição da inflação. A situação foi discutida na noite da última terça-feira (28), durante uma reunião do secretário da Fazenda, Mauro Ricardo Costa, com a base aliada, no Palácio Iguaçu.
Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato), a gestão tucana deve, considerando o mês de junho, R$ 262 milhões em progressões e promoções para o conjunto de trabalhadores. Deste montante, R$102 milhões dizem respeito a débitos com os funcionários e R$ 160 milhões com os docentes. Se o atraso persistir, a dívida, reconhecida pelo Executivo, chegaria a R$ 450 milhões em dezembro. Na assembleia do último sábado, os educadores decidiram cruzar os braços no dia 30 de agosto por 24 horas e, dependendo do rumo das negociações, parar por tempo indeterminado.
Escalonado
O reajuste escalonado foi autorizado pelos parlamentares em 2015, em meio à histórica paralisação dos professores. Naquela época, pouco tempo depois da ocupação da AL e do chamado "Massacre do Centro Cívico", ficou acordado que a administração pagaria 3,45% em outubro, referentes à inflação de maio a dezembro de 2015, e mais 10,67% em janeiro, correspondente ao ano passado. As perdas de 2016, por sua vez, seriam quitadas em janeiro de 2017. Os servidores também ganhariam um adicional de 1%.
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