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O zumbi que Gleisi, Requião e Paulo Bernardo querem esquecer


Coisa de 171. O que a senadora está tentando é terceirizar um escândalo produzido, dirigido e protagonizado por um deputado federal do PT, estrela do elenco completado pelos parceiros de quadrilha. Para não ficar tão mal no retrato, Gleisi procura dividir os estragos causados pelo caso de polícia com quem não tem nada com isso. Politicamente moribundo, André Vargas virou um zumbi pesado demais para gente muito viva que o ajudou a eleger-se em 2010. É o caso de Gleisi e de seu marido Paulo Bernardo, ministro das Comunicações.

Trecho de artigo do jornalista Augusto Nunes, da Veja, publicado ontem em seu blog. Confira a seguir a sua íntegra:


A trinca muito viva formada por Gleisi, Paulo Bernardo e Roberto Requião quer distância do zumbi que ajudou a eleger em 2010

por Augusto Nunes, na Veja


Inquietos com a teimosia do ainda deputado federal André Vargas, que se recusa terminantemente a comparecer ao próprio velório, os companheiros intensificaram a ofensiva destinada a induzi-lo a deitar-se o quanto antes no caixão. “O envolvimento do deputado com um doleiro não encontra justificativa para ter acontecido e acaba impactando no PT e na política”, tornou a recitar nesta terça-feira a senadora Gleisi Hoffmann. O que espera a oposição para liquidar a conversa fiada com dois ou três contragolpes?

O revide poderia começar com a tradução para o português do Brasil de outra criação da novilíngua companheira: “envolver-se com um doleiro”. A expressão significa “tornar-se amigo e comparsa de um bandido para passear de jatinho entre uma e outra negociata no Ministério da Saúde, na Petrobras ou qualquer espaço da máquina federal provido de cofres indefesos”. Caprichando no dilmês vulgar, Gleisi também faz de conta que o prontuário de Vargas ”acaba impactando no PT e na política”.

Coisa de 171. O que a senadora está tentando é terceirizar um escândalo produzido, dirigido e protagonizado por um deputado federal do PT, estrela do elenco completado pelos parceiros de quadrilha. Para não ficar tão mal no retrato, Gleisi procura dividir os estragos causados pelo caso de polícia com quem não tem nada com isso. Politicamente moribundo, André Vargas virou um zumbi pesado demais para gente muito viva que o ajudou a eleger-se em 2010. É o caso de Gleisi e de seu marido Paulo Bernardo, ministro das Comunicações.

“André Vargas é um grande deputado”, diz Paulo Bernardo no vídeo acima, gravado há menos de quatro anos. “Tem sido um grande parceiro no Congresso. É fundamental para ajudar o Paraná e os seus municípios, os nossos municípios, a conseguirem recursos no governo federal”. Revelada a metodologia usada por Vargas para embolsar dinheiro público, o colega de palanque quer escapar do velório. Se teme ficar sozinho, pode convidar para o evento o senador Roberto Requião, do PMDB paranaense, outro animado cabo eleitoral do despachante de doleiro.

“O André é a garantia da defesa do interesse público”, jura Requião no vídeo abaixo. “É a garantia do apoio do governo da Dilma. É um grande articulador. Na última eleição, o André praticamente articulou o apoio ao PT... a nós do PMDB... à minha candidatura no segundo turno. E essa capacidade de articulação do André Vargas será importante para a Dilma (...), será importante pra mim no Senado, que preciso contar com companheiros firmes e com capacidade de articulação na Câmara Federal”.

As jogadas do articulador trapalhão já o despejaram da vice-presidência, vão confiscar-lhe o mandato e, se a Justiça cumprir seu dever, permitirão que mate a saudade de José Dirceu com uma temporada na Papuda. É compreensível que o sempre loquaz Requião tenha perdido a voz. Deverá recuperá-la quando criar coragem para jurar que o vídeo que celebra o “companheiro firme” é mais uma montagem da imprensa golpista.

Vídeo 1: https://www.youtube.com/watch?v=MVdqKfKwTCE
Vídeo 2: https://www.youtube.com/watch?v=1wMYi9Ju3yc

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