A operação investiga uma suposta organização criminosa pela prática de crimes eleitorais e deve cumprir 72 mandados de condução coercitiva – quando a pessoa é obrigada a prestar depoimento – em Curitiba e em Guarapuava. Os mandados foram expedidos pelo Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR).
Segundo o MP-PR, além dos Carli, dois vereadores de Guarapuava e outras sete pessoas integram a organização criminosa. Eles são suspeitos de praticar vários crimes eleitorais para que o deputado conseguisse ser eleito em 2014.
Todos devem ser ouvidos e liberados em seguida. O deputado estadual Bernardo Carli informou ao G1 que desconhece o conteúdo da operação, mas negou irregularidades.
Confira o teor da nota: "No entanto, Bernardo Carli afirma com tranquilidade que não houve nenhuma irregularidade em sua campanha eleitoral e não há qualquer receio quanto ao resultado de uma eventual investigação. Assegura, inclusive, que todas as contas da sua campanha foram integralmente aprovadas pela Justiça Eleitoral e não há nenhuma ação eleitoral referente ao período. Bernardo Carli está à disposição para prestar todo e qualquer esclarecimento que se fizer necessário", informa.
O ex-prefeito Fernando Ribas Carli (PP) disse que esteve nesta terça voluntariamente na Procuradoria da República, em Curitiba, e se colocou à disposição da Justiça.
Ainda conforme o MP-PR, os vereadores investigados na Operação Capistrum são Maria José Mandu Ribeiro Ribas e Milton de Lacerda Roseira Junior, ambos do PSDB. O vereador Milton informou ao G1 que ainda não foi notificado.
"Aguardo posicionamento do MP para que eu possa saber qual é a acusação objetiva contra minha pessoa e para que possa realizar minha defesa, sempre com transparência", disse. A vereadora Maria José também disse que não foi notificada, mas que está à disposição da Justiça. Ainda conforme o MP, as outros sete suspeitos são:
Hugo Garcia Carvalho - assessor;
Cesar Ribas de Lima - assessor;
Frederico Gervasio Michelc - marido de uma assessora;
Valdemar do Santos - assessor;
Fancielli Menon - coordenadora de campanha;
José Antonio Rodacoski Junior - assessor;
Maria do Carmo Ribas de Abreu - coordenadora da campanha;
O que dizem as investigações
Ainda conforme o Gaeco e a Procuradoria Regional Eleitoral, a organização criminosa atuou dividida em dois grupos, localizados em Guarapuava e também no Distrito de Entre Rios, a 25 quilômetros do Centro da cidade.As investigações apontam ainda que, durante o período eleitoral, houve distribuição de vários benefícios a cidadãos para conseguir votos para o deputado. Já no dia das eleições estaduais de 2014, a suspeita é a de que os coordenadores dos dois grupos reuniram motoristas e cabos eleitorais para praticar delitos de boca de urna e transporte de eleitores.
Há indicações, ainda, de que o grupo segue atuando mesmo após as eleições, concedendo benefícios – a maioria ilegais – a moradores de Guarapuava e região, com o intenção de "manter cativo o eleitorado", de acordo com o Gaeco e a Procuradoria Regional Eleitoral.
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