Justiça condena dois vereadores de Guarapuava e outras quatro pessoas por favorecimento de pacientes na fila do SUS, diz MP
A 2ª Vara Criminal de Guarapuava, na região central do Paraná, condenou dois vereadores da cidade e outras quatro pessoas que foram acusadas de favorecer pacientes na fila do Sistema Único de Saúde (SUS). A condenação foi divulgada pela Ministério Público do Paraná (MP-PR) nesta quarta-feira (29).
Segundo a decisão, os condenados na ação foram:
Celso Costa (Cidadania): o vereador foi condenado a nove anos de reclusão no regime fechado;
Márcio Carneiro (Cidadania): o vereador foi condenado a cinco anos e três meses de reclusão no regime inicial semiaberto;
Márcia Andreia de Brito: ex-diretora do Consórcio Intermunicipal de Saúde de Guarapuava, Pinhão e Turvo (Cisgap), condenada a 18 anos de reclusão.
A Justiça condenou ainda três assessores dos vereadores, segundo o MP-PR. As penas variam entre quatro anos e quatro meses e cinco anos e 20 dias de reclusão e regime inicial semiaberto.
Segundo o MP-PR, os vereadores e assessores usavam a influência dos cargos para furar a fila de espera de consultas de especialidades médicas pelo SUS.
As investigações apontam que o esquema funcionava por meio da inserção de dados falsos no sistema que gerenciava as filas de consultas para favorecer alguns usuários, prejudicando outros pacientes.
De acordo com a denúncia, a ex-diretora do Cisgap participava e tinha conhecimento da ação.
Todos os condenados na ação podem recorrer da decisão em liberdade.
A condenação é resultado da Operação Fantasma II, deflagrada em março de 2016 na Câmara de Vereadores de Guarapuava.
As investigações foram conduzidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
O que dizem os citados
O vereador Celso Costa disse que ficou surpreso com a decisão, está com a consciência tranquila, é inocente e que vai recorrer da decisão.
O vereador Mário Carneiro declarou que buscou atender uma vizinha, buscando informações no Cisgap sobre a demora em uma consulta. Ele também informou que vai provar a inocência e recorrer da decisão.
A defesa da ex-diretora do consórcio, Márcia de Brito, disse que não vai se manifestar sobre a condenação, mas informou que também irá recorrer.
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