terça-feira, agosto 23, 2011

Dois Vizinhos: Sadia é condenada a pagar indenização de R$ 5 milhões a ex-funcionários

A Justiça paranaense condenou a Sadia a pagar uma indenização de R$ 5 milhões por danos morais a alguns trabalhadores que prestaram serviço para a empresa de 1997 a 2009. A ação movida pelo Ministério Público do Trabalho (MP) no Paraná apontou para o trabalho desumano dos funcionários que atuavam no setor de abate de frangos destinados ao mercado árabe. Estes profissionais eram terceirizados, o que de acordo com o MP é irregularidade. A Sadia recorreu à sentença.

O procurador Ricardo Nino Balarini explicou que como o abate é uma das razões sociais da Sadia, a terceirização é proibida. Balarini disse ainda que os funcionários eram submetidos à uma carga horária extensa, acima de dez horas por dia, inclusive, aos domingos e feriados.
A ação indicou também que os trabalhadores foram privados de garantias, vantagens e benefícios extensivos aos demais trabalhadores da empresa, além da participação nos lucros e resultados e alguns empregados que trabalharam temporariamente sem registro em carteira.

Há ainda questões como a posição dos funcionários nas esteiras de abate e movimentos repetitivos, que causaram lesões em alguns deles.

“Em função desta terceirização, além de prejudicar o direito dos trabalhadores, a Sadia teve vantagem, que no nosso entendimento, foi ilegal” afirmou o procurador. A empresa conseguiu produzir a um custo mais baixo com a desoneração de alguns encargos o que interferindo na concorrência com outras empresas do setor.

O procurador Ricardo Balarini informou que na sentença o juiz da vara do trabalho de Dois Vizinhos, no Oeste do Paraná, mencionou que a indenização de R$ 5 milhões corresponde a 0,1% do lucro da empresa no período indicado pela ação judicial.

Para atender as especificidades do mercado muçulmano, o abate dos frangos deve ser realizado pelo método Halal, que não permite sofrimento ao animal. Pelo método, a pessoa que faz o corte deve pronunciar palavras da religião muçulmana, o peito do animal deve estar voltado para Meca e em algumas regiões do pescoço do animal não podem ser cortadas.
Na avaliação do procurador Balarini, este método poderia ser praticado por funcionários treinados da Sadia. “Não é um serviço especializado, uma qualificação diferenciada”, disse o procurador.

Em nota, a empresa afirmou que "os profissionais são funcionários contratados por uma empresa que presta serviços para a BRF e têm registro em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS). Por se tratar de um serviço altamente especializado e em função das rigorosas exigências dos países muçulmanos importadores, não há possibilidade de a BRF absorver esses profissionais em seu quadro de funcionários, pois inviabilizaria a exportação dos produtos Halal."

A empresa que foi contratada pela Sadia também responde judicialmente pela condição de trabalho que os funcionários foram submetidos. A sentença deve sair nos próximos meses, segundo o MP.

2 comentários:

Anônimo disse...

Eu sou agricultor, trabalho quase 12 horas diarias, não tenho folga nem sabado nem, domingo feriado natal etc. Os suinucultores avicultores pecuarista de leite e outros agricultores tambem são obrigados a trabalharem sem ter folga e nenhum ministério entra na justiça para nos ajudarem. E ainda querem que incentivemos nossos filhos a permanecerem na agricultura.

Anônimo disse...

O mais engraçado é que além de pasar 12 horas trabalhando a maioria dos avicultores ainda deve atingir metas,investir muito e ser mal remunerado

É DESTAQUE !!

Um homem FERIDO A ARMA BRANCA em Laranjeiras do Sul

Um homem deu entrada no hospital de Laranjeiras do Sul na noite deste sábado (28) após ser vítima de uma agressão com arma branca, no Centro...

LARANJEIRAS DO SUL NO COMBATE A DENGUE

LARANJEIRAS DO SUL NO COMBATE A DENGUE