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Universidades Estaduais:Governo sancionou reposição salarial aos professores universitários

O governador Beto Richa (PSDB) sancionou, na manhã desta quarta-feira (22), a lei que regulamenta a reposição salarial dos professores das universidades estaduais do Paraná. O aumento de 31,73% será concedido em quatro parcelas anuais de 7,14%, a partir do mês de outubro dos anos 2012, 2013, 2014 e 2015.

Richa ressaltou que este foi mais um compromisso assumido pelo governo que está sendo honrado. “Estamos corrigindo uma distorção causada no governo anterior, equiparando o salário dos professores ao dos técnicos de nível superior”, relatou. “Agora teremos a tranquilidade, atendendo integralmente o pedido dos professores e evitando o indicativo de greve”, completou o governador.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Valdir Rossoni (PSDB), apontou a sintonia entre os poderes para a rápida aprovação da proposta, que beneficia os professores das universidades estaduais. “Este projeto chegou à Assembleia no dia 20, e hoje já está sancionado. Os deputados entenderam que havia a necessidade de aprovar com rapidez, para que os estudantes não fossem prejudicados com uma eventual paralisação, como está ocorrendo com a greve nas universidades federais.”

Jogo de cena

O secretário de Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Alípio Santos Leal Neto, disse que a ameaça de greve nas instituições universitárias não passa de “jogo de cena” de alguns sindicatos. Segundo ele, esse foi um “ato político e malicioso no sentido de colocar em xeque o governo nas negociações que estavam sendo cumpridas”.

Alípio Leal acredita que agora as aulas retornem ao normal. “Confiamos em nossos professores universitários, que vão reconhecer esse gesto do Governo e desmobilizar esse movimento, porque os prejudicados serão os nossos alunos e a nossa sociedade.”

Fonte:Sonia Maschke /Jaime Santorsula Martins - Assessoria de Comunicação da Presidência - Assembleia Legislativa do Paraná

Comentários

Anônimo disse…
Com absoluta certeza, foi uma vitória dos docentes, justa e merecida. Porém, até que ponto foi uma vitória das Universidades Estaduais do Paraná como um todo? Não há dúvida que aumentar (no caso é equiparar) os salários dos docentes é um avanço considerável na qualidade das atividades acadêmicas (ensino, pesquisa e extensão), mas até que ponto? Como medir tal avanço frente às outras dificuldades enfrentadas pelas mesmas Universidades? Sim, pois sabemos que tais dificuldades não são poucas, e algumas, é preciso admitir, são mais urgentes do que o pleito (justo e merecido) dos docentes. Enquanto alguns professores discutiam e lutavam pela equiparação salarial (prometida pelo Governo em acordo firmado, e por ele descumprido, mais de uma vez), outros professores discutiam problemas essenciais enfrentados cotidianamente por todos (professores, alunos, funcionários e comunidade). No dia 21 de agosto, representantes de todas as Universidades Estaduais do Paraná se reuniram na UEM para discutir tais problemas. Essa reunião não foi noticiada pela impressa, apenas pelo site da UEM: http://www.uem.br/index.php?option=com_content&task=view&id=5623&Itemid=1 Falta de recursos, falta de pessoal, sejam técnicos ou professores, são alguns dos problemas que assolam as Universidades paranaenses, que resistem ano após ano, existindo bravamente apesar dos governos que entram e saem. As IES Estaduais esperam, em média, um ano e meio desde a aprovação em concurso público até a nomeação de docentes e técnicos. Isso quer dizer que não há fluxo contínuo de contratações em substituição daqueles que se aposentam ou saem por outros motivos, e menos ainda ampliação. Quantos alunos já ficaram sem professor? Não em razão de greve, mas em razão da demora nas nomeações. Quanto às verbas de custeio, nos fazem implorar por elas como se fossem esmolas. Como um sedento no deserto, as Universidades Estaduais do Paraná chegaram ao ponto de pedir apenas o mínimo para sobreviver. Não existe maneira mais sórdida de ferir mortalmente a autonomia universitária. Não obstante, o atual governo insiste em dizer que o ensino superior é, constitucionalmente, obrigação do Governo Federal. Ora, é urgente desafiá-lo a mostrar na nossa Constituição Federal o dispositivo que estabelece essa obrigação. Eles sabem que não existe, e ainda contam com a nossa ignorância para efetuar sua retórica. As IES Estaduais do Paraná são inestimáveis, seja social ou economicamente, mas são tratadas como um estorvo, como um peso para o Estado. Nesse contexto inegável de abandono histórico, é no mínimo incômodo que o movimento grevista não tenha tocado, pelo menos de leve, nesses problemas. É verdade que isso não nos autoriza a afirmar que esse movimento seja insensível a tais problemas, de forma nenhuma. Mas não deixa de ficar um gosto estranho de derrota, mesma nessa vitória merecida, quando voltarmos para o nosso dia a dia de resistência em nossas Universidades.

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