Segundo a polícia, guaranis e caingangues atuam em via que cruza reserva no PR, relatório a PRF mostra pedras sob carros acidentados; neste ano, foram oito saques em 32 acidentes na rodovia
Índios do interior do Paraná são acusados de utilizar pedras e troncos para causar acidentes e, depois, saquear mercadorias dos veículos
Índios guarani e caingangue atuam, diz a polícia, em uma rodovia federal que cruza a reserva indígena, no oeste do Estado. As informações estão em relatório da PRF (Polícia Rodoviária Federal) obtido pela Folha. Fotos de pedras sob carros acidentados foram anexadas ao documento.
Neste ano, a PRF registrou 32 acidentes na BR-277 na área da aldeia Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras (a 398 km de Curitiba). Dos acidentes, oito acabaram em saques -metade, de carne congelada.
Os índios levaram ainda cargas de cerveja, adubo e madeira, segundo a polícia.
Depois de saqueadas, as cargas são vendidas a comerciantes locais, que estariam incentivando os crimes.
A Polícia Civil indiciou quatro pequenos comerciantes de Nova Laranjeiras por suspeita de receptação de produtos saqueados. Um deles foi preso em flagrante.
Sebastião Tavares, cacique da aldeia de 2.425 habitantes, nega a acusação de que os índios provoquem acidentes, mas admite os saques.
O delegado da Polícia Civil Adriano Chofi diz que apenas a Polícia Federal pode atuar em áreas indígenas, mas afirma que os índios terão de responder à Justiça, caso os crimes sejam comprovados.
"Eles são extremamente agressivos quando estão aglomerados [nos saques]. A polícia não reage para evitar confronto", diz o delegado.
Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), os índios podem responder criminalmente por seus atos, mas deve ser observado o grau de entendimento que eles têm sobre a vida social brasileira.
O policial rodoviário federal Felix da Silva, responsável pelo levantamento, diz que a participação dos índios em saques é "clara e notória".
MORTES
A reserva Rio das Cobras, a maior do Paraná, fica no trecho da BR-277 entre Cascavel e Curitiba. Os 32 acidentes registrados nos 14 km que cortam a reserva resultaram em 24 mortos e 17 feridos.
No mais grave, em 12 de junho, um caminhão atingiu uma van, matando 15 pessoas. A carga de madeira estava recheada com quase meia tonelada de maconha e foi saqueada pelos índios.
Com intermediação do cacique, a Polícia Civil entrou na área indígena e recuperou parte da droga. Mas, segundo a PRF, esse acidente não foi provocado pelos índios.
Anteontem, um caminhão usado para transportar alimentos frios tombou na área indígena, mas estava vazio.
ABAIXO A MATÉRIA NA ÍNTEGRA EM PDF
FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO (IMPRESSO) 18 DE AGOSTO DE 2012
Índios do interior do Paraná são acusados de utilizar pedras e troncos para causar acidentes e, depois, saquear mercadorias dos veículos
Índios guarani e caingangue atuam, diz a polícia, em uma rodovia federal que cruza a reserva indígena, no oeste do Estado. As informações estão em relatório da PRF (Polícia Rodoviária Federal) obtido pela Folha. Fotos de pedras sob carros acidentados foram anexadas ao documento.
Neste ano, a PRF registrou 32 acidentes na BR-277 na área da aldeia Rio das Cobras, em Nova Laranjeiras (a 398 km de Curitiba). Dos acidentes, oito acabaram em saques -metade, de carne congelada.
Os índios levaram ainda cargas de cerveja, adubo e madeira, segundo a polícia.
Depois de saqueadas, as cargas são vendidas a comerciantes locais, que estariam incentivando os crimes.
A Polícia Civil indiciou quatro pequenos comerciantes de Nova Laranjeiras por suspeita de receptação de produtos saqueados. Um deles foi preso em flagrante.
Sebastião Tavares, cacique da aldeia de 2.425 habitantes, nega a acusação de que os índios provoquem acidentes, mas admite os saques.
O delegado da Polícia Civil Adriano Chofi diz que apenas a Polícia Federal pode atuar em áreas indígenas, mas afirma que os índios terão de responder à Justiça, caso os crimes sejam comprovados.
"Eles são extremamente agressivos quando estão aglomerados [nos saques]. A polícia não reage para evitar confronto", diz o delegado.
Segundo a Funai (Fundação Nacional do Índio), os índios podem responder criminalmente por seus atos, mas deve ser observado o grau de entendimento que eles têm sobre a vida social brasileira.
O policial rodoviário federal Felix da Silva, responsável pelo levantamento, diz que a participação dos índios em saques é "clara e notória".
MORTES
A reserva Rio das Cobras, a maior do Paraná, fica no trecho da BR-277 entre Cascavel e Curitiba. Os 32 acidentes registrados nos 14 km que cortam a reserva resultaram em 24 mortos e 17 feridos.
No mais grave, em 12 de junho, um caminhão atingiu uma van, matando 15 pessoas. A carga de madeira estava recheada com quase meia tonelada de maconha e foi saqueada pelos índios.
Com intermediação do cacique, a Polícia Civil entrou na área indígena e recuperou parte da droga. Mas, segundo a PRF, esse acidente não foi provocado pelos índios.
Anteontem, um caminhão usado para transportar alimentos frios tombou na área indígena, mas estava vazio.
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FONTE: FOLHA DE SÃO PAULO (IMPRESSO) 18 DE AGOSTO DE 2012
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