segunda-feira, março 08, 2021

Camponesas do MST da região centro do Paraná preparam doação de alimentos, sangue e plantio de árvores para marcar Dia Internacional da Mulher






Ações vão ocorrer entre os dias 8 e 14, em pelo menos 4 cidades da região, para protestar contra a negligência do governo Bolsonaro diante da pandemia, a fome e diversas formas de violência.

Os primeiros dias de março já cravam o mês como o pior desde o início da pandemia da Covid-19 no Brasil. Um novo recorde de mortes em 24 horas foi divulgado nesta quarta-feira (3), com 1.910 vítimas do vírus - o maior número de óbitos em todo o mundo nesta data.

Somado ao agravamento da crise na saúde e a falta de vacinas, o aprofundamento da crise econômica e o aumento das diversas formas de violência colocam o país em situação crítica. É neste contexto que camponesas do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) iniciam uma jornada nacional com o tema “Mulheres pela vida, semeando a resistência contra a fome e as violências”. As mobilizações são em referência ao Dia Internacional da Mulher, o 8 de março.

As ações serão entre 8 e 14 (de segunda a domingo), em todo o país. No Paraná, estão previstas mobilizações em pelo menos 11 cidades, a partir da participação de agricultores de dezenas de assentamentos e acampamentos. Já na região Centro do estado as principais ações serão realizadas por camponesas de 4 cidades.

Priscila Facina Monnerat, coordenadora do Coletivo de Mulheres do MST-PR, enfatiza o mês de março como o período anual marcado pela mobilização das mulheres. Neste ano, a defesa da vida ganha centralidade: “Este cenário que enfrentamos, de recordes de mortes pela Covid, muita violência e insegurança, é resultado de uma política genocida do governo Bolsonaro. O que queremos é o retorno do auxílio emergencial, de vacinas já e para todos, e o enfrentamento das várias formas de violência”, defende.

Doações de alimentos, de marmitas e de sangue estão entre as principais iniciativas preparadas no Paraná. “Essas são formas que encontramos de expressar nossa solidariedade e nosso protesto diante deste cenário que o país enfrenta. Precisamos seguir nos protegendo coletivamente do coronavírus, mas encontrando formas também coletivas de reagir a este governo criminoso”, garante a agricultora, moradora do assentamento Contestado, na Lapa.

Na região Centro do Paraná, as principais ações serão de doação de alimentos, sangue e plantio de árvores realizadas pelas camponesas das comunidades: 8 de Junho e Recanto da Natureza, de Laranjeiras do Sul; Porto Pinheiro, de Porto Barreiro; Herdeiros da Terra de Primeiro de Maio e Antônio Conrado, de Rio Bonito do Iguaçu; Dom Tomás Balduíno e Celso Furtado de Quedas do Iguaçu; Cavaco, de Cantagalo; e Entre Rios de Guarapuava.

No dia 08 (segunda-feira), em Laranjeiras do Sul será realizado doação de 500 pães para famílias urbanas em vulnerabilidade; em Quedas do Iguaçu doação de cesta de alimentos para o Lar do Idosos e para o Lar das Crianças e 100 pães para famílias urbanas em situação de vulnerabilidade; Cantagalo, será realizado plantio de mudas de árvores nativas; e em Rio Bonito do Iguaçu camponesas irão se deslocar até o hemocentro de Guarapuava para doação de sangue.

No dia 10 (quarta-feira), camponesas participarão de uma formação online, no dia 9 e entre os dias 11 e 14 serão realizadas ações internas para fortalecer a coletividade das mulheres Sem Terra nas comunidades, além de denunciarem as diversas formas de violências que as mulheres sofrem diariamente.

As iniciativas serão realizadas com atenção aos cuidados contra a disseminação do coronavírus, com distanciamento social, uso de máscara e álcool em gel.

Pela vida, contra a fome e as violências

A defesa da vida está entre as principais preocupações das mulheres Sem Terra, em oposição ao descaso do governo Bolsonaro com o enfrentamento à pandemia, em especial com a falta de vacinas. Ao todo, 259.271 brasileiros já perderam a vida para a doença, o que coloca o país em segundo lugar no número de mortes no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos.

A denúncia da fome leva em conta os altos índices de desemprego. Segundo o IBGE, a população economicamente ativa no Brasil é de cerca de 100 milhões de pessoas, destas, 14 milhões estão desempregadas, 6 milhões em desalento (deixaram de procurar emprego) e 40 milhões vivem de bico, sem renda fixa e com muitas dificuldades do básico, principalmente alimentação. Somado a isso, o fim do auxílio emergencial, a alta no preço dos alimentos e do gás de cozinha também dificultam a garantia de comida na mesa.

Quando o assunto é violência, a pandemia também virou sinônimo de piora. O Brasil registrou 648 feminicídios no primeiro semestre de 2020, 1,9% a mais que no mesmo período de 2019, segundo o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).

No total de assassinatos, o crescimento foi de 5% em 2020 na comparação com 2019 - depois de dois anos consecutivos de queda. Foram registradas 43.892 mortes violentas, a maior parte delas de pessoas negras.

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