Diante do aumento de casos de Covid-19, a Prefeitura de Matinhos, no Litoral do Paraná, decidiu determinar um lockdown para o comércio não essencial de 14 dias a partir desta quinta (25). Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura, o decreto com a medida deve ser publicado ainda nesta quarta. Em pouco mais de um mês. o número de casos de coronavírus dobrou. Em um ano de pandemia, Matinhos registrou 894 casos e 27 óbitos. Desde o início de janeiro, em um mês e 23 dias, o número saltou para 1554 casos confirmados e 36 óbitos. Segundo boletim de terça (23) da Secretaria de Estado de Saúde (Sesa), o Hospital Regional do Litoral, único com da região com leitos exclusivos para Covid-19 pelo SUS, estava sem nenhuma vaga disponível. Além de Matinhos, Guaratuba e Pontal do Paraná também apresentaram aumento significativo de contaminação, porém descartaram o lockdown.
A medida recebeu críticas da Associação Comercial de Matinhos (Acima), que teme mais prejuízo para economia local e demissões. "A medidas de lockdown já se mostraram inefecientes, porque é um pseudo lockdown, já que boa parte permanece aberta. Aqui no Litoral, a medida é ainda mais ineficiente, já que temos coirmãos, com Pontal do Paraná e Guaratuba, nao adotarão, acertadamente, o lockdown", afirmou Adriano Menine Ribeiro, presidente da Acima. Para ele o enfrentamento deve ser feito com prevenção e fiscalização dos estabelecimentos, cidadãos e aglomerações que desrespeitam as medidas sanitárias. "Temos um comércio preparado para a prevenção. Os números aumentaram por conta das aglomerações de Carnaval. A praia, por exemplo, estava lotada. Nos entristece muito essa medida, sem embasamento técnico e cientítico, tomada sem nenhuma discussão com a sociedade organizada", afirmou Menine.
Já a Prefeitura de Guaratuba descartou o lockdown por enquanto, porque espera que os casos reduzam com o fim da temporada de verão. Em entrevista coletiva na tarde de terça (23), o prefeito de Guaratuba Roberto Justus, disse que vai intensificar a fiscalização e cobrar principalmente dos servidores públicos o cumprimentos das medidas sanitárias, como uso de máscaras e distanciamento social. Porém, não descarta medidas mais drásticas, caso a Covid-19 avance mais no município. " Com o fim da temporada de verão e com a redução do número de pessoas em nossa Cidade há uma expectativa de que ainda vamos ter um reflexo deste movimento pelos próximos 15 dias. A perspectiva do Município de Guaratuba, dentro dos desse período, é observar uma redução na curva de contaminação e de mortes por Covid-19. Para isso acontecer a Municipalidade tomará medidas administrativas internas mais contundentes, mediante intensificação de orientações aos servidores públicos quando à obediência aos protocolos de saúde (dentro e fora do seu ambiente profissional), afastando servidores que possuem risco e priorizando atendimentos virtuais. No mesmo sentido serão intensificadas as campanhas de prevenção e as medidas de fiscalização, especialmente no sentido de, além de advertir, aplicar as multas que estão previstas na legislação de regência", diz nota da Prefeitura de Guaratuba.
Guaraqueçaba, Antonina, Morretes e Paranaguá continuam em uma situação estável de casos. Paranaguá, por exemplo, está com o número de confirmados em fevereiro abaixo dos registrados em janeiro. Foram 3.114 confirmações no primeiro mês do ano e 1.254 em fevereiro. Houve redução no número de óbitos no comparativo dos dois meses: 34 e 8, respectivamente.
Prefeitos do Litoral solicitam abertura de mais leitos e mais profissionais
Na manhã desta quarta-feira (24) representantes da Associação dos Municípios do Litoral do Paraná (Amlipa) e do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Litoral do Paraná (Cislipa) se reuniram por videoconferência para discutir a situação atual quanto a Covid-19 nos municípios litorâneos e as medidas que podem ser tomadas.
Cada município apresentou sua realidade e todos entraram em consenso na criação de um documento que será entregue por meio da 1.ª Regional de Saúde ao secretário de Estado da Saúde, Beto Preto. O documento reforça que as medidas contidas no Decreto Estadual como o Toque de Recolher, por exemplo, serão mantidas, contudo algumas ações individuais também poderão ser tomadas conforme as características de cada cidade. Os gestores solicitarão ainda, maior atenção para a região, bem como o aumento de leitos e a contratação de mais profissionais de saúde.
“O ofício assinado por todos os prefeitos reforça essa necessidade de abertura de mais leitos e contratação de profissionais ao Hospital Regional do Litoral porque ele atende as sete cidades litorâneas e está com sua ocupação máxima. Sabemos que novos 15 leitos foram abertos, mas acreditamos na possibilidade de abrir ainda mais. No documento cada município apresentará suas dificuldades quanto a pandemia”, detalha o prefeito de Paranaguá Marcelo Roque que também é o presidente da Amlipa.
Além dos atendimentos voltados à Covid-19, o Hospital Regional do Litoral também recebe pessoas vítimas de acidentes, infartados, entre outras situações de saúde diárias que já ocorriam antes da pandemia. “O Toque de Recolher auxilia também para diminuir o número de acidentes de trânsito. Há estudos que mostram que ocorreu redução no número de acidentes e isso auxilia em desafogar o hospital”, observa.
Marcelo Roque alerta que independente desses dados, não é possível relaxar as medidas preventivas. Apenas em janeiro em Paranaguá foram mais de 300 intervenções relacionadas a pandemia e permanecem mantidas as fiscalizações por meio do Município e ações integradas com órgãos estaduais, Guarda Civil Municipal (GCM), secretarias municipais de Saúde, Meio Ambiente, Urbanismo e Segurança coibindo as aglomerações. A participação da população também é fundamental com denúncias de festas clandestinas e locais com aglomerações e podem ser feitas pelos números 153 da GCM e 190 da Polícia Militar.
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