quarta-feira, fevereiro 28, 2018

Ex-deputado Carli Filho é condenado a mais de 9 anos de prisão

O ex-deputado estadual do Paraná Luiz Fernando Ribas Carli Filho foi condenado na tarde desta quarta-feira (28) por duplo homicídio com dolo eventual pelas mortes de Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida.

O júri popular ocorreu entre a terça-feira (27) e esta quarta-feira (28), na 2ª Vara Privativa do Tribunal do Júri, em Curitiba. Apesar da condenação, Carli não vai para a prisão imediatamente. Ele pode recorrer em liberdade.

O Conselho de Sentença do Tribunal do Júri foi formado por sete pessoas da sociedade civil, escolhidas por sorteio em um grupo de 25, previamente convocadas pela Justiça.

Acusação x defesa


Acusação e defesa debateram e apresentaram suas teses neste segundo dia de julgamento.
O primeiro a falar com o promotor Marcelo Balzer, que afirmou que Carli Filho assumiu o dolo eventual, pois dirigiu embriagado, em alta velocidade, falando no celular e com a carteira de motorista cassada.

Além disso, segundo o promotor, o réu não deu ouvidos às advertências de pessoas que estavam com ele para não dirigir naquelas condições.

Para o promotor, a indiferença do ex-deputado diante da situação indica o dolo eventual. "Ele [Carli Filho] era o carrasco da corda da guilhotina", afirmou o promotor.

Depois do promotor, foi a vez de Elias Mattar Assad falar. Ele é advogado das famílias das vítimas e assistente de acusação. Segundo ele, a defesa sempre tentou culpar os mortos.

"Aquela rua era dele", falou o advogado sobre Carli Filho dentro do "possante" na noite do acidente.

Assim como o promotor, Assad afirmou que o ex-deputado assumiu o risco de dolo eventual.

O advogado ressaltou o fato de Carli Filho ser infrator de trânsito, com diversas multas e estar à época do acidente com a carteira de motorista cassada. Os 130 pontos da carteira de motorista mostram que Carli Filho nunca aceitou o não das placas de trânsito e da lei, segundo Assad.

O advogado ainda disse que, quem criou a situação de perigo, foi o réu. "Se arrepender não quer dizer deixar de assumir o risco", avaliou.

Elias Mattar Assad chegou a dizer que há sangue das vítimas no Plenário do Tribunal do Júri.

A defesa procurou apresentar apontamentos que desqualificassem o dolo eventual do processo, a fim de que o caso seja tratado como imprudência. Em nenhum momento, foi pedida absolvição do réu.

"Ele [Carli] tem que ser condenado, mas não por homicídio doloso", disse o advogado Alessandro Silvério. "Eu errei e peço para pagar pelo meu erro, é isso que a defesa está pedindo. Muito mais que martírio, a cruz de Cristo quer dizer piedade", afirmou.

Os advogados de defesa tentaram mostrar aos jurados que o carro de deputado não decolou, como sustentou a acusação com base em laudos de perícia que foi contestada pela defesa.

Além disso, um dos argumentos da defesa de Carli Filho é o de que como o carro das vítimas não parou, mas apenas reduziu a velocidade no cruzamento com semáforo intermitente, os jovens concorreram para o acidente.

Após a arguição de 1h30 tanto para acusação quanto para defesa, ocorreu um intervalo para o almoço. Na sequência, foram mais 1h para cada parte de réplica e tréplica quando os ânimos ficaram mais exaltados.

Carli Filho saiu algumas vezes do Plenário, visto que não era obrigado a ficar. Ele chorou após abraçar familiares depois da primeira fala da acusação. Em outro momento, abaixou a cabeça quando o advogado falou das cicatrizes no rosto do ex-deputado.

O fato
De acordo com denúncia do Ministério Público do Paraná (MP-PR), o Passat de Carli voou pela avenida Monsenhor Ivo Zanlorenzi, no bairro Mossunguê, em Curitiba, e bateu no Honda Fit em que os dois jovens estavam, matando ambos na hora, em 7 de maio de 2009.

O então parlamentar dirigia em velocidade entre 161 km/h e 173 km/h, conforme apontaram laudos periciais feitos posteriormente, com a carteira de habilitação cassada — 130 pontos e 30 multas, sendo 23 por excesso de velocidade —, e alcoolizado (ele próprio confessou ter bebido e dirigido). Ele teve ferimentos graves na cabeça e ficou internado por quase um mês.

Durante esses nove anos, a defesa de Carli apresentou mais de 30 recursos no Tribunal de Justiça do Paraná, no Superior Tribunal de Justiça e no Supremo Tribunal Federal, mas todos foram negados.

Via G1 PR

Nenhum comentário:

É DESTAQUE !!

Um homem FERIDO A ARMA BRANCA em Laranjeiras do Sul

Um homem deu entrada no hospital de Laranjeiras do Sul na noite deste sábado (28) após ser vítima de uma agressão com arma branca, no Centro...

LARANJEIRAS DO SUL NO COMBATE A DENGUE

LARANJEIRAS DO SUL NO COMBATE A DENGUE