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Nem na ditadura a Assembleia se submeteu a esta situação, diz deputado Nereu Moura


O grande contingente de policiais destacados nesta segunda-feira (27) para impedir o acesso à Assembleia Legislativa de professores, servidores, estudantes e população, revoltou o deputado Nereu Moura, líder da bancada do PMDB. “Nem na ditadura militar a Assembleia Legislativa de submeteu a esta situação”, recordou o parlamentar, em pronunciamento na Tribuna da Casa.

Para garantir a aprovação do Projeto de Lei 252/2015, em sessão fechada, o governador Beto Richa (PSDB) destacou quatro mil policiais que, posicionados lado a lado, formam um cordão de isolamento da Assembleia Legislativa. A proposta reestrutura o plano de custeio e financiamento da previdência dos servidores, permitindo ao Governo do Estado confiscar todos os meses mais de R$ 125 milhões mensais.

“Esta Casa está muda, e o povo calado do lado de fora, proibido de entrar em sua casa”, alertou Nereu Moura. “É como se um pai, uma mãe, um filho, fosse proibido de entrar na própria casa. É assim que posso descrever a vergonha desta Casa. Fechar as portas para impedir que o povo que nos colocou aqui pudesse ver, assistir a votação que atendesse o seu interesse”, alertou.

Na avaliação do deputado, a sessão desta segunda deveria ser transformada em uma assembleia da Polícia Militar. “É a PM que está aqui, constrangida, com vergonha de participar desta situação e não o povo, por se tratar de um assunto de interesse de todos”, disse Nereu Moura. “Como vamos andar de cabeça erguida com esta situação? É um período de exceção que estamos vivendo aqui”, indagou.

Se fosse um projeto bom, acredita Nereu Moura, não seria necessário recorrer ao Judiciário, que concedeu um interdito proibitório, impedindo o acesso da população às Tribunas da Assembleia. “Esta proposta nada mais é uma forma do Governo do Estado colocar sua mão grande na previdência dos servidores, para tapar o buraco da sua incompetência”, disse.

“Nunca imaginei que tivesse que, estando no sétimo mandato como deputado estadual, teria que entrar pela porta dos fundos da Assembleia, pedindo licença para os policiais”, frisou Nereu Moura. Para o líder do PMDB, mesmo aprovando a proposta, o governador Beto Richa não terá o que comemorar, por se tratar de uma vitória de pirro, “por que não vai engrandecer ninguém”, completou.

O deputado Nereu Moura lembrou ainda que há uma reunião marcada para terça-feira (28), entre a bancada paranaense no Congresso Nacional e o Ministério da Previdência, em Brasília, para debater o projeto que o governo Beto Richa tenta aprovar hoje na Assembleia. “Por que não esperar? E se o Ministério der um parecer contrário?”, questionou.

Deputado Nereu Moura condenou a forma como foi conduzida a votação do projeto de lei 252, que permite o Governo do Estado saquear o fundo de previdência dos servidores do Paraná.

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