O Sindicato dos Docentes da Unicentro (Adunicentro) lançou um manifesto aos professores para fiquem preparados para uma possível paralisação, se o governador do Estado, Beto Richa, não cumprir pagar o reajuste do funcionalismo, conforme já previsto em lei e definido em acordo no ano passado. Segundo a presidente da entidade, Raquel Terezinha Rodrigues, a "greve é o último recurso, defendemos o diálogo sempre", mas, "quando o governo, ou não dialoga ou rompe acordos, é legítimo que os trabalhadores cruzem os braços em favor de seus direitos e sua dignidade".
A hipótese de rompimento do acordo foi aventada nesta última semana pelo chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni. A reposição da inflação foi garantida em negociação para encerrar a greve de 2015 e foi colocada em lei pela Assembleia Legislativa. No entanto, a avaliação do governo agora é que não há recursos para cumprir o que foi acertado.
A presidente da Adunicentro enfatiza que "os docentes da Unicentro não aceitarão o rompimento" e conclamou a categoria a se preparar para isso. A professora Michelle Fernandes Lima, vice-presidente entidade, pediu apoio da comunidade: "Diante do novo ataque anunciado pelo governador Beto Richa, pedimos apoio e mobilização da comunidade acadêmica e da sociedade para enfrentarmos mais essa luta. Não podemos aceitar que o acordo de reposição salarial firmado em 2015 seja revogado".
Os sindicatos docentes das Universidades Estaduais do Paraná já estão discutindo a situação e posicionarão indicativos à categoria nestes próximos dias.
O movimento do magistério acontece no momento em que a Reitoria está instaurando uma sindicância interna para apurar o envolvimento de professores e estudantes na última greve. Apesar de o reitor Aldo Nelson Bona negar, o Sindicato dos Docentes sustenta que é uma "perseguição" e demonstra que a Reitoria não corresponde aos interesses da comunidade universitária, operando como um braço do governo "repressor" de Beto Richa dentro da Universidade. Nesta semana que passou, foi registrado mais uma prisão, a mando do governador, de um estudante que protestava contra ele em Londrina.