quarta-feira, setembro 01, 2021

Gilmar Cardoso defende a inclusão da pessoa com deficiência visual




A bengala branca é usada por pessoas que são cegas, a verde é usada por pessoas que possuem baixa visão e a bengala vermelha por quem é surdo e cego. Essas cores são usadas na grande maioria dos países e seu objetivo é auxiliar os deficientes nas ruas.

O advogado Gilmar Cardoso destaca a Câmara dos Deputados, através da Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência, aprovou projeto regulamentando as cores das bengalas usadas por pessoas com deficiência. O objetivo é facilitar a identificação do tipo de deficiência, explicou.

Pelo texto, a cor branca será usada por pessoas com cegueira; verde, por pessoas com visão subnormal; e vermelha e branca por pessoas surdo-cegas. O SUS fornecerá os equipamentos e fará a divulgação dos direitos das pessoas com cegueira, baixa visão e surdo-cegas, esclareceu o advogado. O projeto tramita em caráter conclusivo e será analisado agora pelas comissões de Seguridade Social e Família; e de Constituição e Justiça e de Cidadania, afirmou.

Gilmar Cardoso esclarece que quando falamos sobre acessibilidade, a estratégia de comunicação reveste-se de fundamental importância. Cito como exemplo amplamente reconhecido, as placas de sinalização indicativas de exclusividade para pessoas com deficiência. Agora, uma inovação que precisa ser popularizada para cumprir seus objetivos é ampliarmos o alcance e o conhecimento das pessoas acerca da padronização oficial das cores das bengalas como indicativas do grau da dificuldade da deficiência visual, que indicam o surdo-cego (vermelha), cego (branca) e com baixa visão (verde). Devemos ter em mente que há uma diversidade de pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida e que é primordial tornarmos os espaços acessíveis para todas as pessoas, afirma o advogado Gilmar Cardoso.

A bengala é um símbolo de conquista e independência para aqueles que a usam. Cada cor representa uma condição, seja visual ou associada a surdez: Branca: pessoa cega (582 mil no Brasil), Verde: pessoa com baixa visão (4 a 6 milhões no Brasil - para melhor entendimento, é como se a pessoa tivesse menos de 20% de visão nos olhos, mas com alguma funcionalidade preservada), e listras brancas e vermelhas: cegueira associada a surdez.

Considera-se pessoa com deficiência visual quem tem o comprometimento parcial (de 40 a 60%) ou total da visão. Não são deficientes visuais pessoas com doenças como miopia, astigmatismo ou hipermetropia, que podem ser corrigidas com o uso de lentes ou em cirurgias, explica o advogado. Muitos não sabem dessa informação e acabam generalizando o deficiente visual. O termo deficiência visual não significa, necessariamente, total incapacidade para ver. Na verdade, sob deficiência visual poderemos encontrar pessoas com vários graus de visão residual, disse.

A muleta é um instrumento de apoio para indivíduos que sofreram algum tipo de problema nos membros inferiores. A bengala serve para que a pessoa "perceba" os obstáculos que estão à sua volta. Portar uma bengala colorida ou adesivada seria como a pessoa com deficiência visual portar um cartaz alertando que legalmente é cego (bengala branca), que funcionalmente teria algum resquício funcional de visão (bengala verde) ou que, além de ter deficiência visual, é surdo (bengala vermelha), explica Gilmar Cardoso.

A dificuldade de enxergar não prejudica apenas o dia a dia de milhares de pessoas que possuem alguma deficiência visual. A falta de informação, mais uma vez, contribui para agravar essa situação, o que pode gerar muito constrangimento para quem está com a chamada ‘baixa visão’. É nesse contexto que o Movimento Bengala Verde quer espalhar conhecimento para as pessoas: você sabia que existem dois tipos de bengalas articuladas para os deficientes visuais? Sim, elas existem para identificar os usuários desse apoio: a prata é usada por quem é completamente cego e a verde para quem tem baixa visão.

BOX.

Os três tipos de deficiência visual são:

Cego: É considerado cego aquele que apresenta ausência total da visão, portanto a visão é nula. A cor da bengala para o cego é branca.

Baixa Visão: Também denominada visão subnormal, é uma perda de visão que não pode ser corrigida por óculos convencionais, lentes de contato, medicação ou cirurgia. Essas pessoas apresentam dificuldades de ver detalhes no dia a dia. Por exemplo, veem as pessoas mas não reconhecem a feição; as crianças enxergam a lousa, porém, não identificam as palavras. A cor da bengala para baixa visão é verde.

Surdo-cego: A pessoa com surdo-cegueira não enxerga e não escuta. A cor da bengala para esse tipo de deficiência visual é branca e vermelha.


Conheça mais sobre a história das bengalas

“Em 1945, o exército americano sentia-se passivo e inoperante diante dos soldados cegos na guerra; 2358, recrutas recebendo pensão do governo e com a sua mobilidade comprometida. Primeiro Tenente Oftalmologista, Richard Hoover, junto com a sua equipa, propôs estudar e tratar o problema da cegueira e o mecanismo da marcha. Hoover criou um método revolucionário de locomoção. Usando um instrumento que lembrava um bastão, mas com função, material e comprimento diferentes. A aplicação desta técnica foi um sucesso extraordinário. Hoover desenvolveu um sistema de exploração para ser efetuado com o toque da ponta da bengala, que transmitiria todas as sensações táteis detectadas por ela. Em 1948, terminada a primeira etapa, Hoover estendeu o projeto aos demais soldados cegos. Vendo o interesse da sociedade civil, educadores e familiares dos cegos civis, a partir daí difundiu-se, a todos os interessados, a técnica da bengala longa. A técnica de Hoover pela sua comprovada eficácia, segue como sendo a única em vigor em todo o mundo. Em 1957, Joseph Albert Apenjo, enviado pela ONU ao Brasil, veio transmitir as técnicas de orientação e mobilidade ao primeiro grupo de profissionais interessado”.

DEFICIÊNCIA VISUAL

► O que é?

A deficiência visual é a perda ou redução da capacidade visual em ambos os olhos em caráter definitivo, que não pode ser melhorada ou corrigida com o uso de lentes, tratamento clínico ou cirúrgico. Existem critérios rígidos para definir uma deficiência. Portanto, uma pessoa com alto grau de miopia, por exemplo, não é uma pessoa com deficiência visual, uma vez que existem alternativas para correção desta limitação.

Classificação dos diferentes graus de deficiência visual:

• Baixa visão (leve, moderada ou profunda): pode ser compensada com o uso de lentes de aumento e lupas com o auxílio de bengalas e de treinamentos de orientação.

• Próximo à cegueira: quando a pessoa ainda é capaz de distinguir luz e sombra, mas já emprega o sistema braile para ler e escrever, utiliza recursos de voz para acessar programas de computador, locomove-se com a bengala e precisa de treinamentos de orientação e de mobilidade.

• Cegueira: o uso do Sistema Braille, da bengala e os treinamentos de orientação e de mobilidade, nesse caso, são fundamentais.

► Dicas de Relacionamento e Inclusão da Pessoa com Deficiência Visual:

• Use naturalmente termos como “cego”, “ver” e “olhar”. Os cegos também os usam;

• Ao conversar com uma pessoa cega, não é necessário falar mais alto, a menos que ela o solicite;

• Se for auxiliar uma pessoa cega, pergunte antes se ela precisa de ajuda e de que forma;

• Ao conduzir uma pessoa cega, ofereça seu braço (cotovelo) para que ela segure. Não a agarre, nem a puxe pelo braço ou pela bengala;

• Ao explicar a direção para um cego, indique distância e pontos de referência com clareza: “tantos metros à direita, à esquerda”, “para frente ou para trás”. Evite termos como: “por aqui” e “por ali”;

• Informe sobre os obstáculos existentes, como degraus, desníveis e outros;

• Quando houver necessidade de passar por lugares estreitos, como portas e corredores, posicione seu braço para trás, de modo que a pessoa cega possa segui-lo;

• Se observar aspectos inadequados quanto à aparência da pessoa cega (zíper aberto, roupa pelo avesso, maquiagem borrada, etc) avise-a discretamente a respeito;

• Se conviver com uma pessoa cega, nunca deixe uma porta entreaberta. As portas devem estar totalmente abertas ou completamente fechadas. Conserve os corredores livres de obstáculos. Avise-as se a mobília for mudada de lugar;

• Sempre que se ausentar do local, informe à pessoa, caso contrário ela ficará falando sozinha;

• O cão-guia nunca deve ser distraído de seu dever. Evite brincar com o cão, pois a segurança da pessoa pode depender do alerta e da concentração do animal;

• O computador pode possibilitar à pessoa cega escrever e conferir os textos, ler jornais e revistas, via internet ou livro digitalizado, usando programas específicos (DosVox, Virtual Vision, Jaws, NVDA, por exemplo) os quais reproduzem em áudio as informações escritas na tela. Os programas de acessibilidade não reproduzem imagens. Diante disso, torna-se interessante que, ao enviar imagens para pessoas com deficiência, seja encaminhado uma breve descrição das mesmas.

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