Pesquisa do Campus Laranjeiras do Sul comprova a eficácia dos preparados vegetais no controle de doenças fúngicas no tomateiro
Além da diminuição dos custos de produção, método é menos agressivo ao agricultor, consumidor e ao meio ambiente
O tomateiro é uma das principais culturas agrícolas no mundo, em termos sociais e econômicos, no Brasil é uma importante fonte de emprego e renda. É altamente industrializado, nas formas de suco, molho, pasta e desidratada, além de ser um alimento funcional devido aos altos teores de vitaminas. Porém, várias doenças acometem a cultura, causando grande redução na produtividade e na qualidade dos frutos. Atualmente os produtos químicos sintéticos são os mais utilizados no controle destas doenças, mas estes podem causar danos ao meio ambiente, à saúde do agricultor e do consumidor.
Buscando uma alternativa a estes produtos químicos sintéticos, Silmara Rodrigues Pietrobelli, sob orientação do professor Gilmar Franzener e coorientação da pesquisadora Gabriela Silva Moura, desenvolveu sua pesquisa, intitulada “Eficiência de preparados vegetais no controle de doenças fúngicas e na indução de mecanismos de defesa em tomateiro”, no programa de Pós-graduação em Agroecologia e Desenvolvimento Rural Sustentável, da UFFS – Campus Laranjeiras do Sul. O objetivo principal de seu estudo foi avaliar a eficiência de preparados vegetais de plantas bioativas na indução de resistência, na incidência de doenças, no desenvolvimento e na produção de plantas de tomateiro.
O aproveitamento de plantas bioativas pelos agricultores é dado principalmente na agricultura de base ecológica, como estratégia tecnológica para a produção sustentável de alimentos. Sendo uma das formas a utilização das plantas bioativas nos agroecossistemas familiares para a obtenção de preparados por meio de tecnologias de custo reduzidos e de baixa complexidade, para a produção de soluções com ação fungicida, bactericida e inseticida.
Assim, inicialmente foi avaliado o efeito antifúngico in vitro dos preparados vegetais de 10 espécies bioativas (Canela-Preta, Fumo-Bravo, Erva-mate, Eucalipto, Limão-Cravo, Língua-de-Vaca, Mamona, Nêspera, Pinus, Samambaia) sobre o crescimento micelial e sobre a germinação de esporos de pinta-preta e septoriose. Em seguida, foi determinada a eficácia dos preparados vegetais em induzir fitoalexinas, realizada em cotilédones de soja, hipocótilos de feijoeiro e mesocótilos de sorgo.
Os testes preliminares in vitro, demonstraram o potencial das plantas bioativas no controle dos fungos que causam a septoriose (Septoria lycopersici) e a pinta-preta (Alternaria linaria), além de demonstrarem elevado potencial na indução de fitoalexinas, com destaque para os fermentados e macerados das espécies Fumo-Bravo (Solanum mauritianum) e Erva-mate (Ilex paraguariensis).
Após, finalizados os ensaios in vitro, foram conduzidos dois experimentos, um em condição de casa de vegetação e outro em cultivo a campo, para avaliação do efeito dos preparados vegetais sobre o desenvolvimento de doenças foliares e na indução de mecanismos de defesa. As espécies vegetais bioativas utilizadas foram as duas que obtiveram maior eficiência nos testes preliminares in vitro, Fumo-Bravo e Erva-mate.
Os resultados da pesquisa demonstraram o potencial do macerado e do fermentado de espécies bioativas no que diz respeito a sanidade vegetal e na proteção de plantas, podendo vir a ser uma ferramenta viável na proteção de plantas, pois além do seu efeito antifúngico, e da sua capacidade de induzir fitoalexinas, são de fácil acesso, uso e manuseio. Esse conjunto de fatores somado ao baixo custo, possibilita o desenvolvimento rural local, através da diminuição dos custos de produção e de um método de controle preventivo menos agressivo ao agricultor, meio ambiente e ao consumidor.
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