495 órgãos foram transplantados no Paraná até novembro – este é o maior número em 20 anos, desde a criação da Central Estadual de Transplantes, em 1995. O aumento chega a quase 80% na comparação com o mesmo período de 2011, quando foram feitos 279 procedimentos, que incluem transplantes de coração, fígado, pâncreas e rins.
Os transplantes de coração passaram de 17 no mesmo período de 2011 para 35 em 2015. Os de fígado passaram de 63 para 124 e os transplantes de rins de 176 para 316.
Porém, apesar do crescimento, ainda há fila de espera. “Cerca de 2 mil paranaenses aguardam pelo gesto de amor e solidariedade que é a doação”, afirmou o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto. Por isso, é importante incentivar a doação.
Seja um doador
Todas as pessoas podem ser doadoras, salvo as que possuem condições médicas que impeçam o procedimento. Rins, parte do fígado e da medula óssea podem ser doados em vida. Outros órgãos podem ser doados após a morte, desde que a família autorize o procedimento.
Para ser doador não é necessário deixar nada por escrito, mas é fundamental comunicar à família esse desejo. “Como a doação só ocorre com a autorização dos familiares mais próximos, é essencial que a vontade de se tornar doador de órgãos seja discutida em casa”, ressalta a diretora da Central Estadual de Transplantes, Arlene Badock.
Neste ano, até o mês de novembro, foram registradas, no Paraná, 720 mortes encefálicas, mas apenas 270 famílias autorizaram as doações. A recusa das famílias é o principal motivo de impedimento das doações após as condições clínicas que impossibilitam o transplante, como a parada cardiorrespiratória.
De acordo com Arlene Badock, muitas famílias recusam a doação por não compreenderem ou não acreditarem na morte encefálica. “Quando a morte encefálica é confirmada, a família é comunicada sobre a possibilidade da doação. A equipe deve esclarecer o que isso significa e passar credibilidade na explicação do diagnóstico feito de acordo com protocolos pré-estabelecidos”, explica.
A morte encefálica é a interrupção irreversível das atividades cerebrais. Esse tipo de morte geralmente é causada por traumatismo craniano, tumor ou derrame e não há dúvidas no diagnóstico. A avaliação sempre é feita por dois médicos de áreas diferentes que examinam o paciente e realizam exames para comprovação.
Lista de espera
A lista de espera por um transplante de órgãos no Paraná tem 2.078 cadastrados. São 48 pessoas aguardando um coração, 90 esperam precisam de fígado, 1.498 aguardam rins, 15 precisam de transplante de pâncreas, 396 aguardam córneas e 31 estão à espera de transplantes conjugados de rim e pâncreas.
Para fazer parte da fila, o paciente deve procurar ou ser encaminhado a uma equipe de transplantes autorizada pelo Ministério da Saúde, que irá inscrevê-lo no sistema responsável. A equipe providencia os exames necessários e o local onde devem ser realizados. Em algumas situações, o paciente é colocado como preferencial na lista de distribuição de órgãos. Essa colocação é avaliada de acordo com a gravidade do quadro clínico e segue critérios estabelecidos pelo Ministério da Saúde.
O Estado conta com 85 centros transplantadores cadastrados. Além dos serviços para cirurgias de rim, fígado, coração e pâncreas, também existem os hospitais que fazem transplantes de ossos, pele e válvas cardíacas.
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