sexta-feira, outubro 09, 2015

PR é o 2º Estado que mais vende remédios para transtornos da infância



No próximo 12 de outubro, Dia das Crianças, o Estado do Paraná tem pelo menos um motivo para não comemorar: a vice-liderança no ranking de Unidades da Federação que mais comercializam remédios para tratamento de transtornos da infância. O Paraná, que desde 2007 era o terceiro estado com maior venda de Ritalina - nome comercial do metilfenidato, usado para tratar o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) - chegou ao segundo lugar em 2013, ficando atrás apenas do Rio Grande do Sul.

Os números são do Relatório de Consumo de Psicofármacos no Brasil, divulgado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O documento indica aumento no consumo de medicamentos usados para controlar o TDAH em todo o país, com destaque para as regiões sul e sudeste: foram 500 mil unidades vendidas em 2014, contra pouco mais de 114 mil de todas as outras regiões juntas.
A psicóloga colaboradora da Comissão de Psicologia Escolar do Conselho Regional de Psicologia do Paraná (CRP-PR) e membra do Fórum sobre Medicalização e Educação da Sociedade, Melody Lynn Falco Raby, explica que o aumento no consumo ocorre devido a um processo conhecido como medicalização, quando se transformam questões que não são da área médica em problemas médicos: “São muitos diagnósticos de distúrbio, a pergunta que nós colocamos é se estamos com uma epidemia ou estamos vendo a criança de maneira errada. Esse discurso da medicalização vem atender a uma urgência da nossa sociedade por respostas fáceis e rápidas para os nossos problemas. A Ritalina é uma medicação de tarja preta, muito forte e perigosa, que pode trazer consequências bastante negativas para o desenvolvimento do cérebro e a formação neurológica da criança, especialmente se houver um diagnóstico errado”, alerta.

Melody ressalta a importância de conversar com a criança e entendê-la antes de realizar um diagnóstico e, principalmente, antes de usar a medicalização. “Muitas vezes não é um transtorno. Os comportamentos da criança podem refletir que algo não está bem no seu entorno, é preciso que os pais compreendam o desenvolvimento dela antes de pensar que se trata de um distúrbio. Não se pode achar que toda criança que está isolada tem autismo, ou dar um calmante para uma criança só porque ela está agitada, por exemplo”, relata.

Para a psicóloga, o ideal é que, os pais conversem com as crianças e com a escola, para descobrir se não há problemas. Caso o comportamento agitado persista, é preciso procurar uma equipe de profissionais, como psicólogo, professor e médico.

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