segunda-feira, outubro 26, 2015

Disputa pelo comando do PMDB vai parar na Justiça

Grupo de Pessuti vai contestar legalidade de convenção estadual vencida por Requião

O senador Roberto Requião foi eleito presidente do PMDB do Paraná, em convenção do último sábado que terá um “segundo turno” na Justiça. O grupo do ex-governador Orlando Pessuti, que tentou articular uma chapa contra Requião, mas acabou desistindo de participar da disputa na véspera da votação, anunciou a intenção de questionar a legalidade da eleição interna nos tribunais. 

Na sexta-feira, o ex-deputado federal Reinhold Stephanes Júnior – que integra ala dissidente do partido ao lado de Pessuti – protocolou pedido para cancelar o registro da chapa “PMDB Para Todos”. A alegação era de que participar da convenção significaria legitimá-la.

Ainda na noite de sexta-feira, Pessuti conseguiu liminar na Justiça suspendendo decisão do Conselho de Ética do PMDB, que no início do mês havia determinado sua expulsão do partido, sob a alegação de que ele infringiu resolução da Executiva que proibiu filiados de ocuparem cargos no governo Beto Richa. Isso porque Pessuti ocupa cargo no BRDE, nomeado pelo atual governador.

No sábado, diante dessa decisão judicial, a Executiva decidiu então manter o registro da chapa de Pessuti. “Diante disso, o ex-filiado Orlando Pessuti poderá votar, bem como considerando seu requerimento protocolado na quinta-feira para integrar a chapa ‘PMDB PARA TODOS’, em reunião da Executiva realizada às 8:30 de hoje, considerando que apenas um dos subscritores formulou o pedido de desistência, decidiu-se pela manutençção da Chapa ‘PMDB PARA TODOS’, com sua inclusão na cédula de votação, podendo ser normalmente votada”, justificava nota divulgada pela Executiva do partido.

A chapa de Requião - “PMDB de Cara Limpa” - acabou eleita com 320 votos contra 4. Pessuti e seus aliados boicotaram a convenção, já pensando em contestá-la na Justiça. O ex-governador classificou a eleição interna como “uma farsa”.

“Na quinta-feira impediram minha participação na chapa PMDB para Todos. No dia seguinte impediram o registro da chapa. E hoje (sábado) novamente registram a chapa. E aí querem que o povo do Paraná e os filiados ao partido acreditem que a convenção foi legitima”, disse Pessuti. “A convenção foi uma farsa e os militantes do meu grupo político boicotaram a convenção para não legitimar aquilo que estão buscando anular na Justiça”, confirmou ele.

Dissolução - A convenção opôs Requião e a ala do PMDB que integra a base do governo Beto Richa. Pessuti tentou lançar o deputado federal Sérgio Souza à presidência do partido, mas a chapa acabou sendo esvaziada depois que os deputados estaduais – entre eles o líder do governo na Assembleia Legislativa, deputado Luiz Cláudio Romanelli – desistiram de integrá-la.

Pessuti então mudou de estratégia, decidindo boicotar a eleição para contestá-la judicialmente. A contestação tem como base a alegação de que a convenção seria irregular porque foi promovida pela atual Executiva do PMDB, que dissolveu o antigo comando do partido no ano passado, presidido pelo deputado federal Osmar Serraglio – integrante do grupo dissidente – sob a acusação de infidelidade partidária. Essa dissolução segue até hoje sendo discutida na Justiça.

Requião pretende levar o PMDB para a oposição a Richa visando concorrer às eleições para o governo em 2018. E também para emplacar seu filho, o deputado estadual Maurício Requião Filho, como candidato à prefeitura de Curitiba no ano que vem.

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