terça-feira, setembro 17, 2013

O peso do mensalão na balança da Justiça

"O Judiciário brasileiro, assim como o Legislativo, há tempos sofre um desgaste constante na opinião do cidadão comum, que é quem paga os impostos que sustentam os poderes que devem manter a democracia e defender os interesses populares.
Mas essas instituições, ao contrário do que a lógica comporta, se fecharam de tal forma, que são vistas como impenetráveis, e parece que não devem satisfação a ninguém.
No Brasil, as mudanças acontecem muito lentamente – e é preciso coragem de dentro pra fora para que elas se transformem em realidade. Posso citar o exemplo da Casa de Leis que, com muito orgulho, presido. Gostaria muito de poder falar da mesma maneira sobre o Judiciário do nosso país, mas, infelizmente, hoje é preciso ter cautela.
Estamos a algumas horas da decisão do Supremo Tribunal Federal, a mais alta Corte do país, que nesta quarta-feira decidirá se aceita ou não os tais embargos infringentes que poderão livrar da cadeia um grupo de maus brasileiros, acusados e condenados por comprar votos de parlamentares para aprovar projetos do governo federal, os mensaleiros.
O povo não sabe o que é embargo infringente. Em sua sabedoria, porém, estranha que condenados pelo mesmo STF possam agora ser praticamente absolvidos – e que tudo depende de um único voto, o do ministro Celso de Mello, para que isso aconteça.
O Supremo Tribunal Federal reergueu a imagem da Justiça Brasileira na condenação. O atual presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, com sua postura, fez apagar da memória de todos a imagem de que só os pobres são condenados neste país.
E agora? Se os mensaleiros saírem livres, com penas leves, longe das celas da penitenciária da Papuda, como ficará a imagem do Judiciário? Certamente será mais um golpe duro para quem teve alguma esperança e, no fim, vai novamente dizer “eu sabia”, nada mudou.
Nosso povo não merece isso. Um país que está evoluindo no exercício da democracia, também não merece. Amanhã, o STF tem esta chance de reforçar a credibilidade na Justiça. Virar as costas para esta crença dos brasileiros, será um retrocesso, mais um retrocesso. Que, espero,não aconteça."

                                                                      Deputado Valdir Rossoni
                                                   Presidente da Assembleia Legislativa do Paraná

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