Uma força-tarefa está sendo montada pelos opositores do primeiro leilão do pré-sal, em 21 de outubro, para tentar cancelar a venda do campo de Libra, na bacia de Santos. Ao contrário de outros leilões, em que o governo enfrentava apenas a resistência de sindicatos do setor, agora a Advocacia-Geral da União terá pela frente também o "fogo amigo" de ex-colaboradores do governo Lula, como Carlos Lessa, ex-presidente do BNDES, e Ildo Sauer, ex-diretor da Petrobras.
Aos dois se reuniu o advogado Fábio Konder Comparato, que prepara a ação popular contra a venda. "É mais uma das decisões em que se rasga a Constituição e as leis para favorecer empresas estrangeiras", disse Konder.
Em outro front, a Aepet (Associação dos Engenheiros da Petrobras), a Federação Única dos Petroleiros e o Sindicato dos Petroleiros preparam uma série de ações na Justiça, no Congresso e nas ruas para barrar o leilão.
Segundo Sauer, o leilão é "contra o interesse nacional e cumpre um papel subalterno em termos geopolíticos e estratégicos". Para ele, Libra deveria servir para fortalecer a Petrobras.
O presidente da Aepet, Fernando Siqueira, acredita que conseguirá evitar o leilão. "Assim como anulamos a oitava rodada [de licitações da ANP], vamos anular essa."
Advogada da ANP (Agência Nacional do Petróleo) na época da oitava rodada, em 2006, Marilda Rosado afirmou que há sempre ações tentando impedir os leilões, mas não se esperava que uma delas conseguisse, como aconteceu à época.
Um projeto de decreto legislativo contra o leilão foi apresentado pelo senador Roberto Requião (PMDB-PR) na semana passada. As explicações que serão dadas no Congresso sobre as suspeitas de espionagem dos EUA na Petrobras pela diretora-geral da ANP, Magda Chambriard, hoje, e pela presidente da Petrobras, Graça Foster, amanhã, podem aumentar a adesão de parlamentares às iniciativas.
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