Apoio à população atingida por enchente é prioridade, diz governo
A Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou nota neste domingo (16) com o balanço das ações realizadas pelo governo federal para ajudar as vítimas das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro. Segundo a nota, "o governo federal continuará acompanhando a situação e dará total prioridade ao apoio à população". As chuvas na região serrana do Rio, desde o início da última semana, já causaram centenas de mortes.
"A presidenta da República, Dilma Rousseff, determinou a vários órgãos do governo federal a tomada de todas as providências necessárias para o atendimento às vítimas das enchentes na região serrana do Rio de Janeiro", diz trecho da nota.
O governo listou, na nota, uma série de ações tomadas após o início das enchentes, entre elas, a utilização de 586 militares do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para atuar no socorro às vítimas, além do deslocamento para a região de 12 helicópteros, 74 viaturas, duas retroescavadeiras, um hospital de campanha, três ambulâncias, uma viatura “Munk”, um caminhão basculante, duas pás-carregadeiras, um gerador e uma torre de iluminação.
O governo também cita na nota o envio de 225 homens da Força Nacional para o Rio e a disponibilização de oito mil cestas de alimentos e sete toneladas de medicamentos e insumos para os desbrigados. Outra ação destacada pelo governo federal foi o repasse de R$ 100 milhões ao governo do Rio e às prefeituras dos municípios atingidos.
Defesa Civil não é preparada, diz governo
O governo brasileiro admitiu à Organização das Nações Unidas (ONU) que grande parte do sistema de defesa civil do país vive um "despreparo" e que não tem condições sequer de verificar a eficiência de muitos dos serviços existentes. O Estado obteve um documento enviado em novembro de 2010 por Ivone Maria Valente, da Secretaria Nacional da Defesa Civil (Sedec), fazendo um raio X da implementação de um plano nacional de redução do impacto de desastres naturais. Suas conclusões mostram que a tragédia estava praticamente prevista pelas próprias autoridades.
Estado de calamidade
O governador Sérgio Cabral decretou estado de calamidade pública em sete cidades da Região Serrana do Rio. São elas: Nova Friburgo, Teresópolis, Petrópolis, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Sumidouro e Areal.
Algumas prefeituras já haviam feito o pedido, que só começa a valer na segunda, após a publicação no Diário Oficial com a sanção do governador.
A medida visa dar maior agilidade na contratação de serviços, aquisição de materiais e execução de obras e permite dispensa de licitação para reabilitação das cidades mencionadas e destruídas. A decisão vale por 180 dias.
As chuvas na Região Serrana já deixaram mais de 600 mortos.
Preço abusivo pode dar cadeia
Os comerciantes que se aproveitarem da tragédia na Região Serrana do Rio para aumentar de maneira abusiva os preços de produtos nas áreas afetadas serão levados para a delegacia. A determinação é do comandante-geral da Polícia Militar, Mário Sérgio Duarte.
Segundo a PM, os policiais foram orientados a apurar as denúncias com rigor e levar as partes envolvidas à delegacia. Esse tipo de caso também está sendo tratado como prioridade pela Polícia Civil e Ministério Público.
“Na delegacia, os investigadores vão decidir se ele será indiciado por crimes como os contra a economia popular ou extorsão. O rigor nesses casos vai inibir pessoas com essa intenção de prática”, explicou o Relações Públicas da PM, coronel Lima Castro.
Maior parte dos corpos já foi enterrada
Apesar de todas as dificuldades para reconhecimento e identificação, parentes enterraram a maioria dos corpos das vítimas das chuvas e desabamentos na Região Serrana. Em Teresópolis, 212 mortos já foram sepultados. Em Nova Friburgo, 273 vítimas também já foram sepultadas e 37, em Petrópolis. As informações são das prefeituras das respectivas cidades.
Os corpos ainda não identificados só serão reconhecidos por exames de DNA, segundo decisão judicial.
Buscas
Bombeiros, técnicos da Defesa Civil, militares e voluntários entram neste domingo (16) no 5º dia de buscas por moradores que ainda estão em regiões isoladas e por corpos, vítimas da chuva forte que arrasou a Região Serrana do Rio.
Uma equipe equipe da Aeronáutica seguiu de helicóptero para a localidade de Brejal, onde cerca de 80 pessoas estão ilhadas. Outra equipe aguarda a chuva que voltou a cair em Petrópolis diminuir para seguir em outra aeronave para a região trabalhar na busca por pelo menos três corpos, que foram confirmados, estão soterrados na localidade.
Maior tragédia da história
Em toda a região, desde a chuva forte que começou a cair na terça-feira (11), mais de 600 corpos já foram encontrados.
Esta já é a maior tragédia climática da história país. O número de vítimas ultrapassou o registrado em 1967, na cidade de Caraguatatuba, no litoral norte de São Paulo. Naquela tragédia, tida até então como a maior do Brasil, 436 pessoas morreram. Relembre outras tragédias.
Pontes e estradas
Técnicos do Exército, especializados em condições de estrada e de margens de rios, devem concluir na próxima semana um estudo sobre a viabilidade de instalação de passagens contínuas (pontes) para fazer a ligação entre distritos e municípios da Região Serrana, como Bom Jardim, que estão isolados desde o começo das chuvas, na noite de terça-feira (11).
De acordo com o general Oswaldo Ferreira, que coordena as ações do Exército na Região Serrana, são as condições técnicas do solo que vão determinar a construção das pontes. Segundo o assistente do oficial, major Minoru, o material para as pontes é muito grande e pesado.
Papa
O papa Bento XVI pede esforços para socorrer aqueles que ficaram desabrigados ou isolados por inundações em quatro países, entre eles o Brasil. O pontífice disse neste domingo aos peregrinos na Praça São Pedro que reza pelas pessoas que estão sofrendo com enchentes "devastadoras".
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