O candidato à Presidência da República pela Coligação Muda Brasil, Aécio Neves, comprometeu-se, nesta sexta-feira (29/08), a adotar um novo modelo de política econômica ao assumir o governo, para combater o quadro de recessão técnica em que o país se encontra. De acordo com os dados divulgados hoje, o PIB (Produto Interno Bruto) caiu 0,6% no segundo trimestre de 2014 em relação aos três primeiros meses do ano.
Com o resultado ruim da economia, o país está em recessão técnica, quando o resultado do PIB de dois trimestres seguidos apresenta queda.
"Mais do que nunca fica claro que esse modelo que está aí fracassou. Temos as melhores condições de apresentar ao Brasil não apenas uma proposta de mudança, mas uma mudança consistente, uma mudança clara, na direção da retomada do crescimento, do combate firme à inflação e também da volta dos empregos, com o fortalecimento da economia", disse Aécio em entrevista em São Paulo (SP).
Para o candidato, a gestão da presidente Dilma Rousseff (PT) já encerrou seu ciclo e deixa como herança um cenário de economia estagnada. "Hoje é um dia triste para o Brasil. O Brasil acaba de entrar em recessão técnica. Pelo segundo trimestre consecutivo temos um PIB negativo. A verdade é que o governo do PT terminou antes da hora, e o legado será crescimento baixo e investimento baixo, combinado com inflação alta, juros altos e uma perda crescente da confiança na nossa economia, que impacta nos investimentos e no emprego", disse.
Transparência
Aécio reafirmou que sua gestão à frente do Palácio do Planalto será a "da transparência fiscal, da previsibilidade, do resgate das agências reguladoras, da construção de um ambiente adequado para a retomada do crescimento da economia". Ele também rebateu as críticas que o ministro da Fazenda, Guido Mantega, fez ao governo do presidente Fernando Henrique Cardoso para justificar o fracasso da atual gestão na economia.
"Não vejo nele autoridade para questionar quem quer que seja. O atual governo fracassou principalmente na condução da economia brasileira. Por isso o sentimento de mais de 70% dos brasileiros na busca de mudanças. E, certamente, os grandes responsáveis por esse sentimento majoritário por mudança, são aqueles que conduziram, e conduziram mal, a política econômica ao longo desses últimos anos", disse Aécio.
A entrevista do candidato foi concedida durante visita ao trecho da Linha 15-Prata do Metrô de São Paulo, que está sendo aberto à população. Aécio estava com o governador Geraldo Alckmin, candidato à reeleição. O trecho de 2,9 quilômetros de monotrilho, entre as estações Vila Prudente e Oratório, na zona leste paulistana, passa a receber passageiros aos sábados e domingos para visitas controladas, com a finalidade de apresentar o novo meio de transporte à população. Aécio e Alckmin conheceram as dependências da estação e uma das composições que percorrerá o trecho.
Mudança consistente
Aécio afirmou que não está preocupado com resultados de pesquisas de intenção de voto e afirmou que confia cada vez mais na vitória nas urnas. "Tenho um projeto para o Brasil, um projeto que visa a substituir esse que está aí e que fracassou. E não é um projeto improvisado, é um projeto constituído com ideias e com pessoas capazes de transformar essas ideias em realidade", disse.
Para o candidato, a grande questão que se coloca é em relação às mudanças desejadas pela sociedade para o Brasil. "A mudança do improviso ou a mudança consistente, verdadeira, a mudança que pode levar o Brasil a um novo patamar de desenvolvimento. Tenho enorme confiança de que, no momento da decisão, prevalecendo a razão, vamos estar não apenas no segundo turno, mas vamos vencer as eleições", afirmou.
"Vamos, daqui por diante, cada vez mais clarear as nossas propostas, transmitir as nossas propostas para que as pessoas possam entendê-las e obviamente cobrando das outras candidaturas que também externem as suas", disse Aécio. O candidato conclamou os adversários a apresentarem seus planos para a economia, assim como ele, que já anunciou até o economista Armínio Fraga para o Ministério da Fazenda.
"Eu tenho dito de forma muito clara, inclusive anunciando quem será aquele que conduzirá a economia se vencer as eleições, até quem sabe estimulando os outros candidatos, não para indicar nomes, mas para dizer com clareza de que forma pretendem governar, de que forma vão nos tirar dessa aguda recessão. O Brasil não é para amadores", disse Aécio.
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