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Beto Richa fala sobre o Desenvolvimento paranaense: riscos e oportunidades

A estabilidade financeira, o crescimento econômico acelerado e a inclusão social alcançados nos últimos 15 anos abriram perspectivas sem precedentes para o desenvolvimento do País. A conjugação desses três fatores garantiu o acesso de milhões de famílias ao processo de consumo, fortalecendo o mercado interno e ampliando a participação do Brasil na economia mundial.

Descontados os gargalos notórios (falta de investimentos, educação deficiente, infraestrutura precária e escassez de mão-de-obra especializada) e a nossa dependência do apetite chinês por commodities, temos então um cenário de otimismo para os próximos anos.

Cenário reforçado pelas imensas possibilidades do pré-sal, dois megaeventos esportivos (a Copa do Mundo e as Olimpíadas) e a chamada janela demográfica, situação em que o País terá a maioria da população na sua plena capacidade de trabalho. Resta saber de que forma o Paraná se insere nesta conjuntura. Esta é a questão que interessa mais de perto aos paranaenses e para a qual chamo a atenção do leitor.

Não há garantia de que o desenvolvimento dos Estados será homogêneo. Ao contrário: a experiência histórica indica que, nestes momentos, o crescimento não é equânime. Algumas regiões se beneficiam mais do que outras. Certos Estados e regiões, por inúmeras circunstâncias, vão tirar maior proveito do processo, em face de outros que ficarão à margem.

O pré-sal concentrará investimentos estratégicos na região Sudeste, ao passo que a Olimpíada favorecerá o Rio de Janeiro. A Copa será mais democrática na divisão dos investimentos em infraestrutura, mas Rio e São Paulo podem ficar com a maior parte. Isso pode significar perda de dinamismo econômico relativo diante de outras regiões.

Mas também pode significar, especialmente para o Paraná, a oportunidade de um novo salto rumo ao desenvolvimento sustentável, fundado na industrialização, na alta tecnologia, na prestação de serviços sofisticados e na exploração de recursos renováveis — como os biocombustíveis que, diferentemente do petróleo, não são finitos, além de muito menos poluentes.

Nosso Estado tem vantagens comparativas para almejar esse estágio de sustentabilidade e qualidade de vida. A energia abundante, a excelência da Copel e as características físicas favoráveis do Porto de Paranaguá, além da infraestrutura de transporte — em que pese a necessidade de sua ampliação e diversificação —, são fatores que legitimam nossas pretensões.

Para chegar lá, é preciso fazer a lição de casa. A primeira delas é recuperar a capacidade de investimento do Estado. Impossível fazê-lo sem reduzir as despesas de custeio e sem racionalizar os gastos.

Se foi possível fazer isso na Prefeitura de Curitiba, não tenho dúvidas de que é possível realizar também no Estado, até porque é absolutamente necessário buscar o efetivo desenvolvimento do Paraná. Simultaneamente, é vital reconstruir os instrumentos de planejamento público, reorganizar e descentralizar a administração, levando-a para perto das pessoas, nas cidades em que elas vivem. Uma gestão de resultados, pautada pelo diálogo, com servidores valorizados e comprometidos com metas previamente fixadas em saúde e educação de qualidade, segurança pública e habitação.

O segundo passo é estruturar, de forma madura, consistente e pragmática, a presença do Paraná na esfera nacional, a fim de garantir que a União destine ao Estado os recursos orçamentários a que os paranaenses efetivamente têm direito.

A Infraero anunciou neste mês investimentos de R$ 5,4 bilhões nos aeroportos das 12 cidades que sediarão jogos da Copa. Desse total, R$ 1 bilhão irá para Guarulhos (SP). Apenas R$ 88 milhões serão destinados ao Afonso Pena, aeroporto que precisa modernizar suas operações.

O Paraná vem sendo discriminado pela União na divisão do bolo tributário nacional. E dificilmente o Estado alavancará um novo ciclo de dinamismo socioeconômico se os impostos pagos por trabalhadores e empresas paranaenses continuarem sendo sonegados por Brasília.

Esta é uma luta com a qual nos comprometemos desde já.

Beto Richa, ex-prefeito de Curitiba, é candidato do PSDB ao Governo do Paraná.

Comentários

Anônimo disse…
Vamos lá Beto.... Rumo ao hexa, ops, Palácio Iguacu
Unknown disse…
Creio, que as iniciativas , ora , duas, essas por sua vez , traram realmente , resultados ,para iniciar , um bom governo.naturalmente dará certo com o estado, sim, já que por sua vez deu certo na prefeitura da capital .

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