A pesca da Tainha começou no domingo (22) no litoral paranaense. Na cidade de Pontal do Paraná, só nos dois primeiros dias já foram pescadas mais de 5 toneladas.
Para acontecer, a pesca da tainha precisa ter o clima ideal: vento sul, água do mar bem fria e a temperatura baixa. Essa combinação somada a uma mãozinha da natureza faz com que a pesca da tainha seja muito produtiva. Vários balneários se preparam para participar desse momento.
O estoque sul desta espécie migra anualmente da Argentina e Uruguai para o Brasil, podendo chegar até o estado do Espírito Santo, dependendo das condições climáticas. Ao chegarem no Brasil elas migram da Lagoa dos Patos (RS) para o norte.
Os caiçaras pescam artesanalmente como seus ancestrais, usando uma modalidade chamada de “lanço”, onde são utilizadas canoas sem motor, a base de remo. Quando querem pescar colocam suas redes em círculos na água rasa, de modo que a cada um cabe determinado pedaço da rede, neste momento outros pescadores se juntam aos amigos e até os turistas que estão na areia ajudam a puxar a rede. Vão então uns poucos no centro da roda e batem na água. Se algum peixe quer fugir para o fundo, fica preso na rede.
Aquele que apanha muito peixe reparte com os outros que pescam pouco. Quem ajuda a puxar a rede, recebe um peixe como parte de pagamento.
Existe outra modalidade mais moderna de pesca da tainha, denominada “cerco de rede alta”, feito com barcos motorizados: em um ponto alto, um integrante dos grupos de pescadores, conhecido como vigia, fica responsável por monitorar a aproximação dos cardumes. Ao avistar a chegada das tainhas, ele avisa seus companheiros por rádio. Estes, se apressam em colocar as canoas na água e jogar a enorme rede de arrasto. A última etapa envolve duas equipes, que precisam puxar a rede em pontos diferentes até a areia.
Quando a pesca da tainha é liberada no Brasil inteiro é um momento de festa para todos os pescadores do litoral paranaense, pois o evento sustentará famílias inteiras nos próximos dois meses.
Izair Marcelino da Veiga (conhecido como Lico Pescador) explica que a tainha aquece a economia do município e ressaltou a importância desta época do ano: “O momento da tainha é o mais precioso para o pescador, por causa da renda familiar e da parceria que existe entre todos eles. Nestes dois meses de pesca, seremos agraciados por Deus e pedimos orações para os pontalenses para esses pescadores que são um povo tão sofrido. Nós esperamos ser contemplados com essa pesca, pedindo a todo povo de Pontal do Paraná que procure comprar nosso peixe. E aproveito para agradecer a Imprensa de Pontal do Paraná e o Poder Executivo, que deu apoio total aos pescadores”.
Seu Lico nos conta que a tainha pode ser para preparar assada, recheada (com farofa de ova), cozida e milanesa
Confira uma super receita do seu Lico de Tainha recheada:
Abra a Tainha e recheie com cebola, pimentão amarelo e vermelho, alho, tomate, palmito, costure a tainha para segurar o recheio.
Por fora faça um vinagrete de tomate e cebola picadinha, enrole em papel alumínio e coloque para assar em forno ou churrasqueira.
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Antigamente os pescadores não tinham geladeira, a tainha era salgada e colocada ao sol por 5 dias em uma espécie de varal. Ou, se o sol estivesse baixo ela era defumada em um processo chamado fumeiro, onde a tainha é salgada e recebe a fumaça (para ser defumada).
Uma vez seco, o peixe ía para a panela de barro com água e ingredientes facilmente encontrados na região, entre eles, a banana e os temperos verdes.
Para fortalecer as tradições caiçaras a Secretaria de Turismo e Desenvolvimento Econômico de Pontal do Paraná realizará o 2º Festival Gastronômico Caiçara, de 15 a 24/07.
Fonte: Correio do Litoral
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