Com mais de 20 horas de julgamento, os réus Elvi Aparecida Haag Ferreira (macumbeira) e seu esposo Nilton Ferreira foram condenados pelo tribunal do júri da comarca de Guarapuava, centro oeste do Paraná. Cada um a 15 anos de reclusão em regime fechado, pela participação na morte do advogado chopinzinhense, Algacir Teixeira de Lima.
O Júri iniciou às 9 horas da manhã de quarta-feira (29), no Fórum da comarca de Guarapuava, quando houve o depoimento das 12 testemunhas entre acusação e defesa, e o interrogatório dos réus. Eles foram interrogados pela Juíza, promotoria e defesa. Elvi respondeu a poucos questionamentos e como estratégia de defesa optou pelo direito de se permanecer calada. Já seu marido Nilton respondeu a todas as questões. A seção de quarta-feira teve duração aproximada de oito horas.
O júri foi retomado na manhã de quinta-feira (30), onde ocorreu a fase de debates entre a promotoria (acusação) e a defesa. Foram mais de 12 horas de debates acalorados entre a defesa e a acusação até o anúncio da sentença. Após o veredicto, Elvi foi levada a 5ª Subdivisão Policial (SDP) de Pato Branco e Nilton a Penitenciária Estadual de Francisco Beltrão.
Este foi o primeiro júri do crime que chocou a comunidade chopinzinhense pela frieza na execução, rapidez na elucidação e no espanto da população ao ter o prefeito da cidade preso por suposta participação no assassinato.
Os outros acusados, Darci Lopes de Aquino, João Rosa do Nascimento, Jeferson Rosa do Nascimento e Giovane Baldissera, continuam aguardando decisão do Tribunal quanto ao recurso impetrado. Caso a decisão de leva-los a júri popular seja mantida, o próximo passo será definir uma data para a realização do júri dos mesmos.
Promotor..
O segundo dia do julgamento, seguiu com as manifestações da acusação (Ministério Público) e dos advogados de defesas dos réus Elvi e Nilton. Num primeiro momento cada parte teve o tempo de duas horas para defender suas teses junto aos jurados.
O MP, tendo como base as provas colhidas no inquérito policial e durante a oitiva de testemunhas utilizou robustos argumentos para convencer os jurados. A defesa, por sua vez, buscou descaracterizar o crime, dizendo que os réus não executaram os fatos, ou seja, eles não mataram, que foram coagidos pelos policiais que realizaram as diligencias do inquérito.
Os debates poderiam ter se encerrado ali, por volta das 18 horas, mas o MP fez uso da réplica, estendendo o julgamento por mais duas horas. A defesa em resposta utilizou-se da tréplica, por mais duas horas.
Na réplica o MP reforçou sua tese de que os réus tentaram de todas as formas blindar os mandantes, quais seriam, Giovani Baldisseira (Pardal) e ex-prefeito Leomar Bolzani. De forma sucessivas entendeu, também, que os réus tinham a convicção do crime que seria cometido, por isso teriam de ser condenados com as penas do crime de homicídio qualificado.
Para sensibilizar os jurados mostraram fotos de família de Algacir junto às filhas, logo depois, as fotos colhidas no inquérito de seu corpo na mesa de necropsia. As cenas fortes chamaram muito a atenção de todos os presentes.
A defesa em sua tréplica utilizou como tese que os réus teriam agido por força de coação irresistível, ou seja, que foram forçadas a fazer o que fizeram, e que, caso não executasse, poderiam sofrer sérias consequências. Foram utilizadas de forma sucessível, as teses de conversão de homicídio qualificado, para homicídio simples, participação de menor importância e, pugnaram, pela absolvição.