segunda-feira, janeiro 30, 2023

Pedofilia virtual: especialista alerta sobre abuso sexual na internet


Pedofilia virtual: especialista alerta sobre abuso sexual na internet

casos, de aceitação e ajuda, o que os pedófilos, visando o abuso sexual, oferecerão de antemão a possível vítima.

“Uma criança e/ou adolescente com uma autoestima desequilibrada ou com dificuldades afetivas familiares ao encontrar alguém que teoricamente o ajudaria tende a se tornar uma presa fácil, pois no mundo virtual não existe contato olho no olho e nem medo de conversar com o estranho. No meio on-line tudo flui muito rápido e, por isso, estes ambientes se tornam propícios para esse tipo de ação”, comenta a especialista.

"Manter uma boa relação é fundamental para propiciar um local seguro de conversa e desabafo para os filhos, e este é o meio mais eficaz de prevenir a pedofilia, doenças psíquicas e demais acontecimentos indesejáveis"
Fernanda Teles, psicóloga, educadora parental e especialista em parentalidade positiva

Este mesmo cenário se torna ainda mais preocupante em meio ao isolamento social, visto que com a necessidade de passar mais tempo em casa, e com o próprio home office dos pais, o tempo de conexão das crianças e adolescentes se elevaram, o que, para Fernanda, resulta em “terra fértil” para a ação de abusadores.

Os dados divulgados pela ONG Safernet Brasil representam bem este pensamento. De acordo com os índices, somente no primeiro mês de distanciamento - março - os casos de pedofilia virtual subiram 190%. Ainda, segundo a entidade, o acesso de páginas de pornografia infantil subiu 69%.

Atenção e prevenção

A fim de prevenir o contato via internet com abusadores e evitar a ocorrência de casos de pedofilia virtual, a educadora parental pontua ser importante manter um diálogo saudável e contínuo com crianças e adolescentes, a fim de estabelecer uma relação de confiança entre pais e filhos. Para Fernanda, o monitoramento de redes e aparelhos eletrônicos não é a medida mais eficaz.


“Existem muitos aplicativos para controlar tempo de uso de celular e para verificar o que o filho tem ou não assistido. Mas o que eu recomendo é manter uma boa relação com a criança e/ou adolescente, com muito companheirismo. O mais importante é isso, construir e manter uma um lar com relações de confiança, porue se os pais punem, gritam, xingam e castigam, eles acabam empurrando os filhos para viver situações parecidas, pois os abusadores reconhecem essas fragilidades para usar como ‘arma’."

Então, segundo a especialista, manter uma boa relação é fundamental para propiciar um local seguro de conversa e desabafo para os filhos, e este é o meio mais eficaz de prevenir a pedofilia, doenças psíquicas e demais acontecimentos indesejáveis.”

Além disso, para Fernanda, é de suma importância que os pais conheçam seus filhos e se atentem aos sinais apresentados por eles. Isso porque, além de prevenir, é preciso combater casos que podem, por ventura, estar acontecendo.

“É preciso ficar alerta com as mudanças de comportamento, como medos repentinos, ansiedade, agressividade e culpa, pois esses podem ser sinais de que algo está acontecendo, seja relacionado à pedofilia ou demais abusos. Por isso, é importante que os pais se atentem a isso e abram um espaço ainda maior para o diálogo.”

Crime

De acordo com a Lei nº 11.829, de 25 de 2008, do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), várias atividades relacionadas à produção, difusão e consumo de pornografia infantil são crimes com penas de reclusão entre um e oito anos, além de multa.

Deste modo, produzir, participar e agenciar a produção de pornografia infantil; vender, expor à venda, trocar, disponibilizar ou transmitir pornografia infantil; adquirir, possuir ou armazenar, em qualquer meio, a pornografia infantil e simular a participação de crianças e adolescentes em produções pornográficas, por meio de montagens são práticas consideradas criminosas.

Além disso, a atividade de aliciar crianças, pela internet ou qualquer outro meio, com o objetivo de praticar atos sexuais ou para fazê-las se exibirem de forma pornográfica, também é crime com pena de reclusão de um a três anos, e multa. Ainda, de acordo com ECA, o acesso frequente a tais imagens, assim como a filiação a sites de pedofilia, estarão sujeitos à investigação criminal.

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