A título de ilustração, vale a pena ler a entrevista que o deputado concedeu à “Folha” na época (e, mais abaixo, mais detalhes do email enviado pela Assessoria de Giacobo).
A entrevista à “Folha de S.Paulo”:
Folha – No ano de 97, o sr. venceu 12 vezes em jogos diversos…
Fernando Lucio Giacobo – É.
Folha – A que o sr. atribui essa seqüência de vitórias?
Giacobo – [Rindo] O que que você acha?
Folha – Não tenho a mínima ideia.
Giacobo – Tem como atribuir [a algo diferente] quando o cara ganha num sorteio alguma coisa?
Folha – À sorte?
Giacobo – Ué, só tem isso né, tchê. Só tem sorte. E Deus, ele deu uma olhadinha lá e uma benzida. Eu não joguei mais, isso foi há muito tempo. Se você somar todos os bilhetes, não dá R$ 100 mil.
Folha – Deu R$ 134 mil.
Giacobo – É uma fortuna, né, tchê, perto do que Maluf rouba e os outros fizeram aí.
Folha – Por que motivo o sr. resolveu parar de jogar?
Giacobo – Eu nunca parei… Eu até jogo, mas não jogo mais com freqüência, não jogo mais na loteria esportiva, só jogo na loto.
Folha – Na época o sr. jogava quanto?
Giacobo – Não me lembro, chefe. Faz tantos anos, né, faz quantos anos isso, companheiro?
Folha – Em 1997.
Giacobo – Para você ter uma idéia, eu não era nem filiado a partido nenhum.
Folha – O que chama a atenção é que tudo ocorreu num único mês, em jogos diversos. O que ocorreu neste mês preciso?
Giacobo – Rapaz, deve ter sido um mês que eu devo ter jogado bastante. Você vai lá, consulte a Caixa, manda a Polícia Federal averiguar se o jogo não é quente, aí você me liga se não for.
Folha – O sr. costumava jogar em que lotérica nessa época?
Giacobo – Não me lembro.
Folha – Não se lembra também.
Giacobo – Sete anos atrás. Mas eu não estou entendendo por que você está… Só por que eu sou político você quer averiguar isso?
Folha – É pelo volume num curtíssimo espaço de tempo.
Giacobo – Ah, mas você não acha que é muito dinheiro? Eu quero saber se chama a atenção R$ 130 mil para você.
Folha – Acho que é muito acima de um salário mínimo.
Giacobo – Se alguém for roubar, para ganhar R$ 130 mil é muito pouco, né?
Folha – O sr. acha que acima de quanto seria muito?
Giacobo – Não, o cara que vai roubar, vai fazer alguma coisa, por causa de 130 pilas? Não estou dizendo que é pouco. Roubar um centavo é muito.
Folha – O sr. acertou no dia 5 de junho, 17 de junho, 19 de junho, às vezes duas vezes num mesmo dia com dois jogos diferentes…
Giacobo – Pura sorte, hein. Pura sorte. Juro por Deus. Eu sou um cara de muita fé.
Folha – Na hora do sorteio, o sr. se valeu de algum método…
Giacobo – [Interrompendo] Mas como é que vai valer? Você acha que um cara da Caixa vai se sujar, vai querer comprar… Se você souber de alguém que consegue comprar o resultado, você me fala que nós vamos denunciar para a polícia. Você acha que eu vou querer fazer isso para roubar R$ 130 mil? Não faço nem por um centavo.
Folha – A pergunta é se o sr. se valeu de um método para jogar.
Giacobo – Ah, nenhum. Só sorte. Bolão, bolão. Eu não me lembro.
Agora as explicações da Assessoria sobre os processos:
Atualmente, o parlamentar não responde a qualquer Ação ou está em qualquer inquérito, segue nada consta do STF e Justiça Eleitoral.
– Sobre sonegação fiscal, a questão foi resolvida junto à Receita Federal e o inquérito foi arquivado no STF, nem chegou a virar ação. (veja anexo)
– Cárcere privado, dentro dos autos já constava a retirada da denúncia feita pelo próprio autor, quando foi arquivada.
– E formação de quadrilha, talvez, seja desta ação: