BRASÍLIA (Reuters) – O senador Flávio Bolsonaro rebateu nesta terça-feira o que chamou de “narrativa mentirosa” que busca vincular o ex-presidente Jair Bolsonaro aos “atos irresponsáveis” que levaram no domingo à invasão e depredação dos edifícios-sede dos Três Poderes, na primeira manifestação pública em discurso de uma pessoa próxima ao ex-chefe do Executivo.
“Não queiram criar essa narrativa mentirosa como se houvesse uma vinculação de Bolsonaro com esses atos irresponsáveis, presidente Bolsonaro –como muitos aí já falaram– após o resultado das eleições, ficou em silêncio, se recolheu e está lambendo as feridas, nessa é a expressão que muitos estão usando aí, é o que ele está fazendo, praticamente incomunicável”, disse.
Em fala no Senado durante a discussão sobre o decreto de intervenção federal na segurança pública do Distrito Federal –ele votou contra–, Flávio Bolsonaro disse que quer fazer parte de uma comissão anunciada pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para identificar e responsabilizar os envolvidos nos atos de vandalismo.
“Também quero fazer parte dessa comissão que vai acompanhar as investigações, faço questão de estar sim acompanhando pari passu que isso não seja um momento de uso político-eleitoral. O momento é muito grave, é muito sério, a gente não pode mais uma vez usar uma situação com fins político-eleitorais”, destacou.
Primogênito de Bolsonaro e ex-coordenador da campanha do pai, Flávio Bolsonaro disse que desde segunda buscaram vincular o pai com o que ocorreu, classificando os atos de tristes, lamentáveis e injustificáveis, declarando que buscará a responsabilidade individual dos envolvidos e saindo em defesa do ex-presidente.
“Isso é fundamental porque nós fomos –o presidente da República por quatro anos repetiu à exaustão que sempre jogaria dentro das quatro linhas da Constituição. E não apenas no discurso, o fez na prática mesmo entendendo que em vários momentos foram usados atos contra ele fora da Constituição”, destacou.
Até o momento, Bolsonaro, que está nos Estados Unidos desde o dia 30 de dezembro, somente publicou no Twitter que os atos no domingo fugiram à regra.
“Manifestações pacíficas, na forma da lei, fazem parte da democracia. Contudo, depredações e invasões de prédios públicos como ocorridos no dia de hoje, assim como os praticados pela esquerda em 2013 e 2017, fogem à regra”, publicou.
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