Na sexta-feira (23), a assessoria do Porto Pontal Paraná, obra do empresário, divulgou uma nota à imprensa informando a desistência da candidatura por parte de Ribeiro.
Segundo a nota, ele havia tomado a decisão para poder se dedicar à defesa de denúncias nas quais foi envolvido.
No vídeo deste sábado, o candidato disse que a informação da desistência é falsa.
De acordo com a assessoria do Porto Pontal Paraná, houve uma ligação do próprio João Carlos Ribeiro , que estava em Brasília, pedindo que fosse redigida uma nota para informar da desistência da candidatura ao cargo de prefeito de Pontal do Paraná.
A nota foi aprovada e distribuída seguindo solicitação do cliente. Após a divulgação do vídeo, a assessoria informou que rescindiu o contrato de prestação de serviços com o porto.
Não houve registro de pedido de desistência do candidato junto à Justiça Eleitoral.
Investigação
O empresário é investigado pela Polícia Federal (PF), suspeito de pagar propina de mais de R$ 1 milhão para obter uma licença ambiental para a instalação de um novo porto em Pontal do Paraná.
A Polícia Federal apontou suposta ingerência política do senador Fernando Collor de Melo junto ao Ibama para atender interesses de Ribeiro na instalação do porto. A obra está suspensa pela Justiça.
Na quarta-feira (21), com a deflagração da operação Quinto Alto, o ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o bloqueio e sequestro de R$ 1,1 milhão das contas de Collor e dos demais envolvidos nas irregularidades apuradas.
João Ribeiro nega as acusações.
O senador Fernando Collor (PROS-AL) informou não ter nada a temer e disse que está com a consciência tranquila.
Bilionário
Um levantamento feito pelo G1 com base em dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apontou que Ribeiro é único candidato a prefeito no Brasil com mais de R$ 1 bilhão em bens declarados.
De acordo com os dados, ele declarou R$ 1,5 bilhão em bens. Entre eles, estão ações de diversos segmentos (Carrefour, Vale do Rio Doce, Multiplan, Lojas Americanas, Sabesp, Gerdau, Cemig, Petrobras), contas em vários bancos e diversos fundos de investimento.
À Justiça, o empresário declarou ainda ter R$ 4,2 milhões em obras de arte e um Land Rover de R$ 399 mil. Há outros veículos (entre eles um BMW ano 1969), uma embarcação, imóveis e empresas (inclusive no exterior) e terrenos também. São, ao todo, 48 itens listados.
Sobre o levantamento, a assessoria do candidato confirmou que a declaração dele está perfeita e que os bens, assim como os respectivos valores, foram listados de forma correta.
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