terça-feira, outubro 16, 2018

No Líbano após autorização da Justiça, primo de Beto Richa falta a audiência da Operação Publicano

Em viagem ao Líbano após autorização da Justiça, Luiz Abi Antoun, primo do ex-governador do Paraná Beto Richa, faltou a audiência da Operação Publicano, que apura um esquema de corrupção na Receita Estadual. Nesta segunda-feira (15), Luiz Abi, que é um dos réus do processo, seria interrogado.
Alvo de mandado de prisão da 55ª fase da Operação Lava Jato, deflagrada em 26 de setembro, Luiz Abi não chegou a ser preso, pois tinha embarcado para o exterior em 22 de setembro, dois dias antes de a defesa dele notificar o juiz da 3ª Vara Criminal de Londrina, no norte do Paraná, responsável pelos processos da Publicano.

Na Operação Publicano, as investigações do Ministério Público do Paraná (MP-PR) afirmam que ele fazia indicações de cargos para a Receita Estadual. Ele também é apontado como "gestor político" do órgão. Além disso, o empresário é suspeito de receber dinheiro arrecadado como propina.

Nesta segunda, a defesa de Luiz Abi apresentou um atestado médico do Líbano para justificar a ausência dele à Justiça.

Segundo o promotor Leandro Antunes, o MP-PR vai apresentar uma petição sugerindo que o juiz intime a defesa para informar a data de retorno, com cópia da passagem, sob pena de pedido de prisão.


A viagem
Em 5 de julho, Luiz Abi pediu, e o juiz Juliano Nanúncio, da 3ª Vara Criminal de Londrina, autorizou a devolução do passaporte e permitiu que ele saísse do país. A única restrição era informar sobre as viagens ao Juízo.

A defesa do empresário apresentou informações sobre a viagem, para Beirute, onde tem parentes, apenas dois dias após o embarque dele. As passagens de ia e volta custaram quase R$ 16 mil, em classe executiva.

Na ocasião, a defesa informou que Luiz Abi voltaria ao Brasil em 6 de outubro, para participar das audiências da Publicano.


55ª fase da Lava Jato
Durante a deflagração da 55ª fase da Lava Jato, batizada de Integração II, policiais federais fizeram buscas e apreensões no apartamento de Luiz Abi Antoun.

Ele foi apontado pelo Ministério Público Federal (MPF) como uma espécie de “caixa geral” de arrecadações indevidas do governo do Paraná. Só não foi preso porque estava fora do país.

À época da deflagração da operação, a defesa de Luiz Abi Antoun disse que viu com surpresa o nome do cliente entre os investigados da nova fase da Lava Jato.

O advogado Anderson Mariano alegou que todas as acusações são inverídicas, que novamente a palavra de um delator, que supostamente ouviu dizer, é levada em conta para motivar a prisão de alguém que sempre colaborou com a Justiça.

Em nota, a defesa do ex-governador Beto Richa afirmou que ele nunca foi condescendente com desvios de qualquer natureza e é o maior interessado na investigação de quaisquer irregularidades. "Beto Richa segue confiando na Justiça e tem a certeza que o devido processo legal provará sua inocência", diz a nota.


Outras operações
O primo do ex-governador chegou a ser preso na Operação Rádio Patrulha, que investiga suposta organização criminosa durante o governo de Beto Richa, mas foi solto no dia 14 de setembro após uma determinação do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF).

Ele já foi condenado em uma ação que apurou fraude a uma licitação, no valor de R$ 1,5 milhão, para prestação de serviços de manutenção aos veículos oficiais do Paraná na região de Londrina.

Segundo a acusação, Luiz Abi era o chefe do grupo criminoso que atuou entre o início de 2013 e março de 2015.

A pena estabelecida foi de 8 anos e 5 meses de reclusão e mais 5 anos de detenção pelos crimes de organização criminosa, falsidade ideológica e fraude à licitação.

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