A pesquisa Datafolha dessa sexta-feira consolidou a candidatura da senadora Gleisi Hoffmann num honroso 3º lugar na disputa pelo governo do Paraná. Fora daqui é colocada como um dos maiores fracassos das expectativas da presidente Dilma nessa eleição, a quem serviu como chefe da Casa Civil até o limite da desincompatibilização.
Quando se pergunta por que Gleisi não emplacou como candidata - chegou a ter 26% das intenções de voto contra magros 10% atuais - muita gente aponta o sotaque e a imagem de curitibana, a fidelidade excessiva à cartilha petista e até mesmo as rusgas internas do próprio partido, mais por conta do marido, O ministro Paulo Bernardo, com seu estilo bruto a lá Requião, do que dela própria, sempre uma simpatia.
As motivações acima podem até ter alguma influência na performance eleitoral da candidata, mas não são as razões fundamentais, que podem ser resumidas em quatro pontos: a proximidade com dois petistas do barulho, Eduardo Gaievski (condenado por estupro) e André Vargas (amigo do doleiro Alberto Youssef); 2) a estratégia ingênua de dar força para Roberto Requião para garantir o segundo turno para ela, Gleisi; 3) a "perseguição" aos pedidos de empréstimos paranaenses como forma de enfraquecer o Governo de Beto Richa. Culpada ou não por isso, pagou o pato; e 4) realizar uma campanha na TV e no rádio fraca, sem identidade e sem valorizar a própria biografia, na base do "única mulher paranaense que ocupou o segundo cargo mais importante da República".
Agora é muito tarde para recuperar o "prejú". Inês é morta.
Ruth Bolognese
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