terça-feira, novembro 06, 2012

Advocacia: onde estão nossos direitos?


Os últimos acontecimentos vivenciados pela classe dos advogados têm demonstrado, cada dia mais, o quanto nós profissionais da advocacia perdemos o valor e o respeito, pelas mais diversas camadas da sociedade.

Se houve um tempo em que a advocacia era garantia de respeito, sucesso e riqueza, isso já faz parte de um passado distante. Hoje, o grande número de advogados existentes, que deveria representar força e mobilização na luta dos direitos e da justiça, mostrou um resultado totalmente inverso: fraqueza e desvalorização da classe, principalmente perante aquelas funções essenciais a justiça que deveriam nos tratar com urbanidade.

Urbanidade que existe apenas no papel, assim como se resumo a papel as prerrogativas do advogado. Se existiam alguns juízes, alguns cartorários, alguns promotores de justiça que tratavam mal e desdenhavam da nossa profissão, agora também vemos estagiários, acadêmicos de direito e até advogados desdenhando da advocacia. Ser advogado virou motivo de piada, tudo que acontece de errado num processo, é culpa do advogado, o que acontece de certo, é mérito alheio.

Nesse contexto todos temos nossa parcela de culpa pela situação vexatória que a classe chegou. Sempre reclamamos do corporativismo de outras classes, mas hoje vemos que talvez nos falte isso, corporativismo, para conseguir a valorização que nossa profissão necessita para ser desempenhada. Chegou a hora de nos tornarmos corporativistas, sob pena de termos nossa profissão totalmente inviabilizada, que parece ser a solução final da ditadura que está sendo imposta pelo outro poder, aquele o qual não podemos reclamar, não podemos bater o pé, sob pena de sofrermos processos judiciais pela contrapartida de possuirmos senso crítico.

Ou seja, além de estarmos fragilizados como classe e sermos motivo de piada perante a sociedade, até as nossas opiniões são censuradas, sob a taxativa ofensa moral contra a quem se reclama.

Por fim, enquanto pleiteamos e defendemos direitos no dia a dia de nossa profissão, acabamos nos esquecendo de nossos próprios direitos, os quais se não foram, estão sendo totalmente suprimidos com a nossa concordância covarde.

A criminalização que vitima nossos colegas acenda a luz vermelha para nossa classe: ou nos unimos e defendemos nossa profissão com unhas e dentes, ou em breve estaremos totalmente obsoletos para uma sociedade que tanto clama por direitos, mas cujo principais promovedores não são dignos de direito algum.

Por Advogado André Sberze

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